O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) divulgou, nas últimas semanas, a campanha contra o Partido Social Democrático (PSD), do qual é filiado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O boicote promovido por parte da direita visa penalizar o PSD pela resistência em pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, atraindo atenção para as eleições em cidades onde o Partido Liberal (PL) está coligado ou recebe o apoio do PSD. Das 846 alianças formadas, o PSD é candidato a prefeito em 321 ocasiões, com o PL ocupando a vice em 150 dessas chapas.
Em conversa com a coluna Entrelinhas, Gayer explica que os parlamentares nunca estiveram tão perto do impeachment do ministro de Moraes e lembra que faltam cinco senadores se posicionarem a favor do tema. Analisando o site que apresenta quantos congressistas ainda estão indefinidos, o deputado alerta que, dos 29 senadores sem posicionamento, 14 são do PSD. O congressista aponta que, apesar de o Partido dos Trabalhadores (PT) e as outras siglas de esquerda serem, segundo ele, as mais prejudiciais à democracia, “o partido mais perigoso e que mais está ajudando o Brasil a se transformar em uma ditadura é o PSD”.
Na mesma linha, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) adverte ao programa Entrelinhas que o partido presidido por Gilberto Kassab detém três ministérios (Agricultura, Pesca e Minas Energia) no governo Lula. Nikolas ainda lembra que a sigla foi um dos grandes fiadores da eleição do ministro Flavio Dino para uma vaga no STF. O parlamentar, no entanto, gravou um vídeo fazendo uma ressalva, destacando o que ele chama de “nomes excelentes” dentro do partido, como o governador Ratinho Junior (PSD-PR). Em Curitiba, Ratinho apoia Eduardo Pimentel (PSD-PR), tendo Paulo Martins (PL-PR) de vice.
Mesmo assim, em entrevista à coluna Entrelinhas, a candidata à prefeitura de Curitiba Cristina Graeml (PMB-PR) destaca que está "furando a bolha do desconhecimento" dos eleitores em relação à sua candidatura e afirma que "a onda do boicote ao 55 é nítida". A resistência ao partido PSD, segundo ela, está motivando eleitores a reavaliarem suas escolhas, optando por sua candidatura de direita.
Em São Paulo, o PSD apoia a candidatura à releeição de Ricardo Nunes (MDB-PR), outro partido considerado do “centrão”. No movimento de boicote, Gayer alerta sobre as alianças na capital paulista, destacando que duas secretarias estariam prometidas para o PSD. “Kassab, ou você libera os senadores, ou toda a direita irá votar no Marçal”, declara. A disputa está acirrada no público da direita entre Nunes e Pablo Marçal (PRTB). Se a campanha contra Kassab e o PSD ganhar força, o prefeito poderá perder apoio na reta final e ficar de fora do segundo turno.
Já em Londrina, no norte do Paraná, Tiago Amaral (PSD-PR), que compõe chapa com o vice Junior Santos Rosa (PL-PR), recebe apoio do deputado federal Filipe Barros (PL-PR). O parlamentar recebe Nikolas Ferreira na cidade nesta segunda-feira (23), o que deverá servir para diminuir a pressão do boicote no município do interior do Paraná. “Esse é a hora de, cumprindo a missão dada pelo presidente Bolsonaro, expressarmos com ainda mais vigor a união e a força da direita. É uma honra e um privilégio o Tiago e o Junior contarem com o apoio explícito de um líder como o Nikolas”, comenta Barros.
CCJ deve passar para as mãos do Centrão e pautas conservadoras podem ficar travadas
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Conjuntura internacional pode concretizar acordo entre Europa e Mercosul, mas Lula quer o crédito
Podcast analisa o primeiro ano de Javier Milei como presidente da Argentina
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS