A coluna Entrelinhas apurou que o ex-presidente Jair Bolsonaro recomendou a seus assessores mais próximos um artigo do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha como "leitura obrigatória". No texto publicado no Poder 360, Cunha avalia que, independentemente do vencedor nas eleições americanas, Luís Inácio Lula da Silva enfrentará grandes desafios na construção de uma possível candidatura à reeleição em 2026. Para Eduardo Cunha, a idade avançada do atual presidente brasileiro será um agravante: “Lula estará com 81 anos em 2026", idade atual de Joe Biden, que, criticado por questões de senilidade, foi substituído por Kamala Harris como candidata democrata.
Se Kamala vencer, Cunha acredita que Lula enfrentará um cenário desfavorável, pois, para ele, “ficará claro para todos o acerto da decisão da saída de Biden” e a necessidade de buscar “uma alternativa a Lula dentro do seu próprio campo”. Por outro lado, Cunha defende que, se Donald Trump vencer a eleição presidencial americana, o Brasil poderá vivenciar um fortalecimento das forças conservadoras. Em sua análise, o ex-deputado afirma que Trump, aliado da família Bolsonaro, “colocaria o peso do seu cargo” em apoio à direita brasileira, inclusive revertendo a inelegibilidade do ex-presidente. A vitória de Trump, segundo ele, potencializaria o apoio das forças “bolsonaristas” e ampliaria a polarização no Brasil, elemento essencial para o cenário político de 2026.
Quanto à sucessão, Cunha sugere que Lula pode preferir não se dedicar a uma nova disputa por “não querer se arriscar a ir para a história como derrotado”. Ele considera que, nesse caso, Lula poderia apoiar Fernando Haddad (PT-SP), possivelmente com um vice de peso como Helder Barbalho, do MDB, como candidato viável.
O ex-deputado também prevê uma ascensão de Jair Bolsonaro para a eleição dos senadores em 2026, especialmente diante da atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em relação ao ex-presidente. Para Cunha, mesmo sem o impeachment do ministro, Bolsonaro terá força para “eleger em muitos estados, principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, as duas cadeiras em disputa”. Ele acredita que “quanto mais colocarem Bolsonaro envolvido em processos no STF, como parece ser essa a vontade atual, mais combustível darão para esse confronto”. Bolsonaro, ao endossar o artigo a seus assessores, afirmou que Cunha “acerta, no mínimo, 95%” das vezes”.
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