“Houve um preço político para ele, justamente por não querer insuflar qualquer manifestação mais agressiva ou violenta”, declarou Paulo Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro, em uma coletiva de imprensa convocada pelo ex-presidente na segunda-feira (25), para comentar sobre o indiciamento na investigação de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Durante o evento, apenas seu advogado, Paulo Cunha Bueno, além do próprio Bolsonaro, dirigiu-se aos jornalistas presentes. Bueno destacou o silêncio mantido pelo ex-presidente após as eleições de 2022, justificando que tal postura visava evitar manifestações mais agressivas ou violentas.
O jurista criticou a divulgação de informações pela Polícia Federal à imprensa antes mesmo de a defesa dos envolvidos ter acesso aos documentos. Bueno classificou como “lamentável” que as pessoas indiciadas não tivessem “a mínima ideia por que estão sendo convocadas e apontadas como criminosas”, afirmando que isso “impede que o indivíduo possa se defender da narrativa que se constrói” contra ele. A análise sobre o “custo político” mencionado por Bueno já havia sido destacada pela Gazeta do Povo, que à época apontou a ausência de consenso no Palácio do Planalto quanto à estratégia discursiva e ao tom adequado para o período pós-eleitoral.
Além de Paulo Cunha Bueno, acompanharam Bolsonaro os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN), bem como os deputados federais Júlia Zanatta (PL-SC), Coronel Caveira (PL-PA), Mário Frias (PL-SP), Luciano Zucco (PL-RS), General Pazuello (PL-RJ) e Altineu Côrtes (PL-RJ). Nenhum dos parlamentares presentes, no entanto, fez uso da palavra durante a ocasião.
No dia seguinte à coletiva, nesta terça-feira (26), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a retirada do sigilo do inquérito que apura a suposta tentativa de golpe. A medida revelou novos elementos do caso e conferiu maior visibilidade às apurações relacionadas à investigação.
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