| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), eleito pelo Rio de Janeiro, está sendo cotado para disputar uma cadeira no Senado Federal pelo estado de Roraima em 2026. Segundo informações obtidas pela coluna Entrelinhas, a possível candidatura foi incentivada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que almeja aumentar a representação conservadora no Senado. Embora o próprio Lopes não tenha confirmado a pré-candidatura, ele tem viajado regularmente ao estado nortista, onde participa de eventos e articulações políticas.

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Essas viagens de Hélio Lopes a Roraima, que somaram mais de R$ 18 mil entre 2023 e 2024, têm sido custeadas com recursos da cota parlamentar, destinados, segundo a Câmara dos Deputados, exclusivamente ao exercício das atividades legislativas. Os registros da Câmara apontam que, desde o início de 2023, foram emitidas 13 passagens aéreas para Hélio Lopes, com saída de Brasília e destino a Boa Vista, capital de Roraima, a mais de 3.400 quilômetros do Rio de Janeiro, por onde foi eleito. Questionado sobre os objetivos das viagens, o gabinete do deputado explicou que “os deputados representam o povo brasileiro em sua totalidade, não estando restritos ao seu estado de origem”.

Em uma visita ao estado em dezembro de 2023, Lopes se reuniu com pré-candidatos na sede regional do Partido Liberal em Roraima. Segundo postagem oficial do partido, “foi um momento único, o deputado Hélio explanou a experiência no parlamento brasileiro e sobre a força do partido em todos os estados”. Em março deste ano, durante entrevista a uma rádio de Boa Vista, o deputado elogiou a força conservadora de Roraima: “É o estado mais conservador do Brasil. É o estado que acredita em Deus, pátria, família e liberdade”.

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No entanto, a notícia sobre o uso da cota parlamentar para frequentes viagens ao estado motivou uma investigação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU). Em representação assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, o MP questiona a conformidade das viagens com o regimento da Câmara, afirmando haver indícios de desvio de finalidade e violação ao princípio da moralidade administrativa. “A realização de 13 viagens a Roraima para pré-campanha ao Senado definitivamente não faz parte do rol das atividades que podem ser consideradas como ‘vinculadas ao exercício da atividade parlamentar’ de um deputado federal”, destacou Furtado.

O MP solicita, então, que o TCU investigue o uso da cota parlamentar para custear viagens que supostamente estariam vinculadas à pré-campanha de Lopes, recomendando que sejam aplicadas as penalidades cabíveis aos responsáveis, inclusive a possibilidade de multa.