Em entrevista à coluna Entrelinhas, o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) analisou as articulações na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e criticou a falta de negociações entre a oposição e os candidatos à presidência da Casa em torno de pautas estruturais. Ele ressaltou que a articulação oposicionista segue um modelo "puramente fisiológico", em que as decisões são baseadas em interesses pessoais, sem diálogo efetivo com a oposição. O parlamentar destacou a ausência de uma estratégia clara e pautas divulgadas pela oposição, o que, segundo ele, é um erro estratégico.
Orleans e Bragança também expressou preocupação com o atual funcionamento das comissões e o papel limitado que desempenham sob a gestão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O deputado explicou que "essas comissões não valem nada", devido ao uso frequente de requerimentos de urgência, que permitem a aprovação de matérias diretamente no plenário, sem o devido debate nas comissões. Para ele, isso enfraquece a atuação parlamentar e favorece acordos fechados entre o governo e o centrão, marginalizando a oposição no processo decisório.
Sobre a possibilidade de a oposição lançar um candidato à presidência da Câmara, Luiz Philippe afirmou que essa hipótese está em discussão, especialmente após o segundo turno das eleições. Ele mencionou que existem “vários candidatos dentro do Partido Liberal (PL)” que consideram essa candidatura própria uma forma de marcar posição junto à opinião pública, mesmo sem chances de vitória. O parlamentar defendeu que a oposição deve manter a firmeza em suas pautas e apresentar uma alternativa concreta.
Em outra entrevista recente, o deputado abordou o que considera o "maior desvio estrutural do Brasil". Ele criticou o envio de recursos arrecadados no Sul e Sudeste para grandes obras e projetos no Norte e Nordeste, afirmando que esses investimentos, sob o controle de governadores e incorporadores, alimentam esquemas de corrupção. Para ele, o interesse dos presidentes das Casas Legislativas, tanto da Câmara quanto do Senado, é se alinhar a esse sistema em detrimento da soberania do Parlamento.
Oposição aposta na pressão internacional para fortalecer a agenda anti-STF no Congresso
Sorteio de relatores? Barroso rejeita abrir caixa preta do STF; assista ao Sem Rodeios
Boulos reedita carta de Lula na semana decisiva antes do segundo turno
Com apoio de Felipe Neto, empresa quer ser Brasil Paralelo da esquerda
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS