O deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), que ficou em segundo lugar na disputa para a prefeitura de Belo Horizonte no último domingo (27) contra Fuad Noman (PSD), compartilhou com a coluna Entrelinhas uma análise da disputa e o futuro da direita na capital mineira. Engler relatou as dificuldades enfrentadas no pleito, particularmente a pressão para realizar alianças por meio de favores.
“As principais dificuldades foram tentar construir acordos sem prometer cargo ou envolver dinheiro. Aqueles que vieram conosco realmente vieram pelo ideal”, comentou. Para ele, essa postura de independência pode ter impactado o resultado final, mas reafirma sua integridade: “Desde o início falei que se fosse para 'sujar as mãos' para ganhar, era melhor não ganhar”, garantiu.
Engler destacou o impacto da sua candidatura como um marco para o avanço das pautas conservadoras. “Essa eleição foi uma oportunidade ímpar da direita mostrar que tem voz aqui em Belo Horizonte. Pela primeira vez em muito tempo tivemos um candidato efetivamente de direita no segundo turno”, opinou.
Ainda sobre o legado da sua campanha, Engler enalteceu a eleição de seis vereadores alinhados a seus ideais. “Esses parlamentares vão fiscalizar o segundo mandato do Fuad para evitar que tenhamos falcatruas com o nosso dinheiro e para assegurar o respeito aos nossos valores”, avaliou.
Reconhecendo o fortalecimento da direita, o deputado destacou a importância de lideranças emergentes em Minas Gerais, ressaltando vitórias em cidades como Governador Valadares, onde o candidato apoiado, Coronel Sandro (PL-MG), venceu para prefeito. “Queríamos ter vencido também na capital, mas estamos firmes e estruturados, já pensando em 2026. A direita veio para ficar, não só em BH, mas em Minas como um todo”, declarou.
No primeiro turno, Engler liderou com sete pontos de vantagem, conquistando 34% dos votos contra 26% do adversário Fuad Noman (PSD), mas a reeleição do prefeito foi confirmada no segundo turno, quando Fuad alcançou 53,73% dos votos válidos.
Às vésperas do segundo turno a pauta de costumes se destacou no debate envolvendo o livro Cobiça, de Noman, com conteúdo erótico, o que provocou críticas de lideranças conservadoras, incluindo o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Noman, em resposta, defendeu a obra como “um livro de ficção, sem relação com fatos reais”.
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