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Caiado pede autonomia e “respeito às lideranças estaduais”
| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

Após a vitória de Sandro Mabel (União-GO) como novo prefeito de Goiânia, em disputa contra Fred Rodrigues (PL-GO), candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), declarou que o resultado reforça sua capacidade de vencer eleições e apontou que espera que o ex-presidente dê autonomia e “respeito às lideranças estaduais”.

Em entrevista ao UOL News nesta segunda-feira (28), Caiado afirmou que tentou dialogar com Bolsonaro no início do ano para estruturar uma base política em Goiás, mas seu esforço foi ignorado. Segundo ele, o senador Wilder Morais (PL-GO) e o próprio Bolsonaro impuseram candidatos locais sem consultar as lideranças estaduais. “O partido de Bolsonaro achou que 'somente o 22' seria suficiente para ganhar as eleições”, comentou Caiado.

“Eu tenho uma história de vida, não é um cidadão que vai dizer o que eu sou. Ninguém vai denegrir a minha imagem. Eu tenho credibilidade moral, intelectual para governar e para fazer política. Tanto é que eu mostrei que eu sei ganhar eleições, diferente dele”, afirmou o governador, referindo-se ao ex-presidente.

Caiado relembrou que essa foi a segunda derrota imposta a Bolsonaro em Goiás. “Na primeira, ele lançou um candidato contra mim para governador; eu bati no primeiro turno. Agora, bati neles no segundo turno,” pontuou. Para o governador, Bolsonaro precisa “respeitar as lideranças estaduais” e abandonar a “total deselegância” na forma de se relacionar politicamente.

A reação ao resultado eleitoral também incluiu Carlos Bolsonaro, vereador e filho do ex-presidente, que publicou críticas indiretas a Caiado e outros aliados em uma mensagem na rede X. Carlos afirmou que “alguns tentam forçar uma narrativa de que foram vencedores mesmo tendo a máquina na mão”. O filho do ex-presidente também sugeriu cautela com aqueles que chamou de “'direita bobinha', que de inocentes não têm nada", referindo-se à proximidade desses representantes com a “velha imprensa” e à “extrema vontade do sistema em destruir o que foi construído até aqui”.

Além de Bolsonaro, Caiado se envolveu em um conflito com o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Investigado pelo ministro Alexandre de Moraes, Gayer publicou um vídeo sugerindo que Caiado seria responsável pela operação da Polícia Federal que realizou buscas em sua residência dias antes da eleição. “Ronaldo Caiado é um canalha”, disparou o deputado, alegando que o governador buscava prejudicá-lo politicamente.

O governador respondeu com um vídeo em que esclareceu sua presença em reunião no Supremo Tribunal Federal (STF) com o ministro dias antes do mandado de busca e apreensão na casa de Gayer. “Diante de uma mentira publicada pelo deputado Gustavo Gayer, quero esclarecer que estive no STF para tratar do fechamento da mina de Minaçu (GO)”, justificou.

Conteúdo editado por:Mariana Braga
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