"A sensação é de alívio. Foram semanas de apreensão, sem poder fazer campanha e temendo sair à rua. Graças a Deus, deu tudo certo no final. Espero que o Rafael receba tratamento psicológico e seja julgado pela justiça", declarou, em entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas, a candidata Amanda Vettorazzo (União Brasil), que disputa uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo (SP).
Rafael Oliveira, segundo relatos, enviou mensagens nas redes sociais de Amanda, onde dizia que a esfaquearia. “Em uma campanha, esperamos receber ataques de opositores políticos, mas não de alguém que claramente tem problemas psiquiátricos. Ele precisa de tratamento”, destacou Amanda.
Rafael Oliveira, de 33 anos, agia como stalker, intensificando as ameaças a ponto de, na última sexta-feira (27), comparecer a um evento de campanha e afirmar que "Amanda estava com os dias contados". As ameaças escalonaram a um ponto alarmante, com o delegado local afirmando que "são essas pessoas que matam". No dia 7 de setembro, durante o início da campanha de Amanda, Rafael foi detido portando uma faca e, mesmo após ser liberado, começou a enviar cerca de 200 mensagens por dia à candidata.
Na noite de segunda-feira (30), a polícia de Mogi das Cruzes (SP) cumpriu o mandado de prisão preventiva de Rafael, que foi levado para a Cadeia Pública da cidade, onde permanece detido até nova ordem. Amanda havia solicitado medidas protetivas ao Ministério Público (MP) e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) para garantir sua segurança e continuar a campanha nas ruas.
As circunstâncias da prisão de Rafael estão ligadas a uma polêmica decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou a desativação de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico para pessoas com transtornos mentais que cometeram crimes. De acordo com a decisão, até maio do ano que vem, esses centros devem ter suas operações descontinuadas.
Entretanto, estados e municípios lutam contra cumprir a norma, e há resistência na sociedade civil e entre profissionais da saúde. Só no Supremo Tribunal Federal (STF) há quatro ações que questionam a resolução. Elas estavam agendadas para começar a ser julgadas no dia 25 de setembro, mas foram retiradas da pauta da Corte.
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