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O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR) realizou um evento sobre o cenário político pós-eleições municipais, com a participação de especialistas em comportamento eleitoral. O debate contou com a presença de Leonardo Barreto, doutor em Ciência Política, Felipe Nunes, PhD e diretor da Quaest, e Cláudio Schimoyama, CEO do Grupo Datacenso. O encontro teve o apoio da Gazeta do Povo e reuniu associados do Sinduscon-PR interessados em entender melhor as tendências políticas para o futuro. Entre os temas de destaque, os palestrantes destacaram que as eleições municipais consolidaram o papel do Congresso Nacional na política brasileira, o que teria sido “o grande recado” das votações do primeiro turno, revelando um fortalecimento também para as eleições de 2026.
Leonardo Barreto destacou que, no Paraná, 80% dos prefeitos foram reeleitos, uma das maiores taxas do Brasil. Ele atribuiu esse índice ao aumento de repasses dos deputados federais aos municípios, com R$ 40 milhões a mais por parlamentar. “Isso criou um canal direto com as prefeituras”, explicou Barreto. Ele também mencionou que, por conta do orçamento impositivo, o governo federal foi obrigado a liberar todos os recursos antes das eleições, o que eliminou a possibilidade de barganhas políticas envolvendo apoio em troca de verbas.
Felipe Nunes reforçou a importância de acompanhar as disputas no Congresso, afirmando que “tão importante quanto a eleição de presidente da República em 2026 é quem vai controlar a presidência da Câmara em 2025”. Nunes ressaltou que os prefeitos que receberam mais verbas do Congresso foram tanto bem avaliados quanto “premiados” nas urnas. “A conexão eleitoral entre a Câmara dos Deputados e as prefeituras é enorme. Isso vai virar uma tendência no Brasil”, avaliou.
O professor destacou ainda que as eleições municipais têm funcionado como “primárias da direita”, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro disputa contra governadores que o apoiaram - e que surgem como novas lideranças no espectro da direita - a fim de enfraquecê-los, o que, na opinião do professor, deverá fortalecer a polarização no país.
Conteúdo editado por: Mariana Braga