O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o advogado Celso Vilardi.| Foto: Isac Nóbrega-PR/ Reprodução LinkedIn Vilardi Advogados
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O criminalista Celso Sanchez Vilardi assumiu, oficialmente, na última quinta-feira (9), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de Bolsonaro em contratar Vilardi foi interpretada como uma estratégia pragmática para melhorar o trânsito jurídico na Suprema Corte.

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Uma fonte próxima ao ex-presidente confirmou à coluna Entrelinhas que a escolha visa garantir um defensor isento, com acesso aos ministros do STF, e que não esteja associado a um posicionamento abertamente de direita. No entanto, a a contratação gerou preocupações sobretudo após a análise da juíza exilada Ludmila Lins Grilo, que relembrou declarações antigas do advogado.

Vilardi já havia declarado apoio à “Carta pela Democracia” e, em entrevistas antigas, fez críticas aos atos de 8 de janeiro, classificando-os como uma "tentativa de golpe que só não se concretizou devido à falta de apoio das Forças Armadas". Vilardi sugeriu em maio de 2024 à Revista Veja que o ex-presidente fosse denunciado no caso. Contudo, o advogado afirmou que, após analisar o processo, concluiu que Bolsonaro não cometeu crime. “Estou convencido de que ele não praticou crime algum e estou disposto a defendê-lo depois de analisar milhares de páginas do inquérito”, disse à CNN.

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Sobre os eventos do 8 de janeiro, Vilardi manteve um tom conciliador: “Não sou radical de direita, mas entendi que devo pegar o caso justamente porque não vi nenhuma participação de responsabilidade do ex-presidente”. A postura foi reforçada em declarações públicas, em que destacou buscar equilíbrio em suas análises jurídicas: “Me sinto muito à vontade porque não sou defensor do STF nem crítico feroz”.

Vilardi substitui Paulo Cunha Bueno, que continuará na equipe de defensores do ex-presidente. Com vasta experiência no Direito Penal Econômico e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Vilardi é conhecido por sua atuação em casos de grande repercussão, como na Operação Lava Jato e no julgamento do mensalão.