| Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Coronel Meira (PL-PE) expressou preocupação com relação ao relatório do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) que aponta um superfaturamento de R$ 7 milhões na construção do Hospital da Criança do Recife. A obra da prefeitura, uma das principais promessas do prefeito João Campos (PSB-PE), está sob investigação por irregularidades em pagamentos de serviços e materiais. “Isso é gravíssimo. É um ataque direto contra o futuro de Pernambuco, uma vez que o alvo são as crianças. Os responsáveis precisam responder”, declarou Meira à coluna Entrelinhas.

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Entre os problemas identificados pelo TCE-PE, estão o pagamento irregular de serviços de transporte de resíduos, demolições e estacas de fundação, além do superdimensionamento de equipamentos de energia. O Departamento de Controle Externo da Infraestrutura pediu o bloqueio cautelar de R$ 7,8 milhões da Prefeitura de Recife, valor equivalente a 6% do contrato, que soma R$ 116 milhões. “Há evidente perigo da demora diante da constatação de superfaturamento por pagamento de itens já liquidados”, destacou o relatório técnico.

Além do Hospital da Criança, o deputado Meira apontou indícios de irregularidades em outra obra da prefeitura, envolvendo a aquisição de placas solares para escolas municipais. “O futuro de Recife está sendo destruído por uma verdadeira quadrilha. Isso é mais um ataque contra a educação e a saúde”, afirmou. Segundo ele, a responsabilidade pelo caso recai diretamente sobre o prefeito, mesmo que não haja dolo. “Cabe a ele fazer essa aplicação com maior zelo”, pontuou.

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O empreendimento faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do governo Lula (PT) e recebeu mais da metade dos recursos do Ministério da Saúde. A previsão inicial era de que o hospital fosse inaugurado em dezembro, mas atrasos já indicam que a entrega será adiada para o primeiro semestre de 2025. Quando concluído, o hospital contará com 60 leitos e realizará cerca de 8,8 mil procedimentos mensais, incluindo consultas e cirurgias de pequeno porte.

Em nota, a prefeitura de Recife afirmou que “todas as contratações realizadas pela gestão municipal respeitam os ritos administrativos, sempre primando pelos princípios da legalidade e economicidade”. Para Coronel Meira, a solução vai além da prisão dos responsáveis: “Eles devem devolver aos cofres públicos tudo aquilo que tiraram das crianças de Pernambuco e responder pelas vidas ceifadas pelo desvio na saúde”.