A coluna Entrelinhas acompanhou a posse do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como Secretário Nacional de Relações Institucionais e Internacionais do Partido Liberal na quarta-feira (13). Com o novo desafio, Eduardo se comprometeu a promover “mini CPACs” mensais em cada estado do Brasil, inspirados no modelo do CPAC (Conservative Political Action Conference), o maior evento conservador do mundo, trazido ao Brasil em 2019 pelo deputado. O objetivo é formar jovens politicamente e trazer especialistas do Brasil e do exterior para discutir temas atuais. “Já passamos da fase da pancadaria”, declarou Eduardo, enfatizando que agora é o momento de aprofundamento teórico sobre temas que interessam à direita.
O parlamentar explicou que pretende fornecer uma “base teórica sólida” para os colegas do PL, de forma que tenham argumentos para defender suas posições em pautas como clima, energia, transporte e saneamento. Durante seu discurso, Eduardo agradeceu ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ressaltando que a existência do partido só foi possível graças à liderança do dirigente. Segundo Eduardo, o PL representa um esforço de união entre grupos de direita, superando dificuldades enfrentadas em outras iniciativas, como o projeto do partido Aliança pela Liberdade, que não avançou. “A perfeição não existe no que tange ao consenso político”, afirmou o deputado, reconhecendo a complexidade de alinhamentos na direita brasileira.
Inspirando-se em “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, Eduardo comentou a importância de conhecer o “inimigo” e a si mesmo para melhor atuar na política. Entre seus planos como Secretário, ele mencionou o interesse em viajar para países como Argentina, Estados Unidos, Espanha e Portugal, com o intuito de fortalecer laços com a direita internacional. Eduardo destacou a necessidade de atuar como o Foro de São Paulo, que, segundo ele, “promoveu o pensamento socialista na América Latina”. Ele observou que a direita estaria "atrasada" nesse processo de articulação global.
Ele também abordou a recente virada de cidades americanas, que passaram a votar na direita, atribuindo o fenômeno ao distanciamento da esquerda das pautas populares. “Essas pautas deixam indignadas as minorias que eles dizem defender”, explicou. Segundo o parlamentar, esse descolamento foi um dos fatores que prejudicaram a vice-presidente americana Kamala Harris na eleição. O deputado defendeu a necessidade de retornar a pautas populares, lembrando o vídeo de Donald Trump em um McDonald’s, como forma de aproximação com o cidadão comum.
A relação entre Donald Trump e o sobrinho de John Kennedy, Bob Kennedy, também foi mencionada por Eduardo como exemplo de uma nova configuração política. “Trump o recebeu de braços abertos”, relatou o deputado, reforçando a importância de alianças com antigos nomes da esquerda. Na realidade brasileira, Aldo Rebelo, ex-ministro dos governo Lula e Dilma, foi mencionado como um exemplo de político que tem se distanciado da esquerda.
Valdemar Costa Neto, que iniciou o evento elogiando o crescimento do PL como o partido que mais recebeu votos para prefeito em 2024, reiterou que a indicação de Eduardo para o cargo foi uma escolha pessoal sua. “Bolsonaro nunca tocou assunto de cargo”, declarou.
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