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O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) criticou o protocolo de intenções assinado entre o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a multinacional Ambipar, classificando-o como uma "tentativa de golpe do lulopetismo contra a soberania nacional". Em entrevista à coluna Entrelinhas, Barros alertou para os riscos do acordo, que permite atuação do grupo privado em uma extensa área de 1,4 milhão de quilômetros quadrados, cerca de 14% do território brasileiro.
O parlamentar ressaltou que a região abriga não apenas comunidades indígenas, mas também reservas minerais e outros recursos estratégicos para o Brasil. Para ele, o governo Lula tem demonstrado um "entreguismo vira-lata", ao permitir que empresas privadas tenham acesso a territórios sensíveis sem transparência.
Para conter os avanços do acordo, Barros disse que pretende acionar diferentes instâncias institucionais. "Dar amplitude ao caso através da mídia e das redes sociais é primordial, mas, além disso, já estou em busca de providências imediatas", afirmou. Segundo ele, entre as ações em curso, está a provocação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma vez que as ações da Ambipar cresceram mais de 2000% em 2024, pouco antes da assinatura do acordo com o MPI.
O deputado também comparou a postura do atual governo com a de Jair Bolsonaro, argumentando que o ex-presidente sempre alertou para a necessidade de proteger ativos nacionais. "Bolsonaro sempre alertou sobre a necessidade de defendermos ativos estratégicos para o desenvolvimento do país", disse Barros.
Conforme o parlamentar, o protocolo de intenções entre o governo e a Ambipar foi assinado durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, sem consulta pública ou licitação. O documento, cujo conteúdo integral ainda não foi revelado, prevê iniciativas em sustentabilidade e gestão de emergências climáticas em terras indígenas.
Diante das críticas, o governo afirmou em nota que "não houve concessão de terras indígenas" e que o protocolo firmado não implica em repasse de verbas ou perda de responsabilidade do Estado. Segundo o MPI, a parceria segue as diretrizes da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e respeita a soberania dos povos indígenas.
Conteúdo editado por: Mariana Braga