Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a edição 2024 do congresso conservador CPAC| Foto: EFE
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Um dos principais nomes do CPAC (Conservative Political Action Conference) Brasil 2024, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fechou o primeiro dia do congresso conservador criticando as ações que o tornaram inelegível. "Me tornaram inelegível porque eu me encontrei com embaixadores. Eu não me encontrei com traficantes no Morro do Alemão. A segunda inelegibilidade foi porque no 7 de Setembro eu coloquei do meu lado um empresário [Luciano Hang] que é orgulho do Brasil e de Santa Catarina, que usava um paletó verde-e-amarelo. Eu não botei do meu lado a dama do tráfico", disse, fazendo referência a escândalos do governo Lula .

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A fala vem em uma semana em que Bolsonaro foi alvo de uma nova ofensiva da Polícia Federal, que o indiciou no caso das joias sauditas. O ex-presidente já foi condenado à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta da reunião que fez com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em que apresentou indícios de falhas no sistema eletrônico de votação mantido pelo TSE. Ele sofreu outra condenação relacionada ao suposto uso eleitoral das comemorações de 7 de setembro de 2022.

Bolsonaro ainda criticou projetos políticos e ações do Judiciário que tentam controlar as mídias sociais. Bolsonaro defendeu o acesso irrestrito às informações. "Tentaram por várias vezes nos censurar", disse. "Quem fez minha campanha em 2018 foi meu filho Carlos Bolsonaro com um telefone na mão", disse, apontando para seu telefone. "Aqui está nossa liberdade. O blogueiro, aquele que mexe com rede social, se não mostrar a verdade ele acaba. Quem age com isenção, responsabilidade, cresce", destacou.

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Durante sua fala, Bolsonaro elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos nomes cogitados para disputar as eleições presidenciais de 2026. "Eu não conhecia o Tarcísio [antes de indicá-lo a um ministério]. Ele me conhecia. Olha a surpresa. Tarcísio era um excepcional engenheiro. Foi pra lá [para o governo] e fez um trabalho fantástico. Eu era ao único presidente com teto de gastos e o Tarcísio começou a mostrar o seu valor. Eu queria ter metade da inteligência que tem. (…)", disse, listando as ações do ex-ministro, que comandou a pasta da Infraestrutura na presidência de Bolsonaro entre 2019 e 2022.

Tarcísio evita falar em candidatura

Um pouco antes de Bolsonaro, Tarcísio subiu ao palco do CPAC. O governador de São Paulo não poupou elogios a Bolsonaro. "Quando falo das coisas que deram certo,[é porque] nós tivemos um professor. Quanta inspiração. A gente viu o presidente fazer muito sacrifício".

O governador evitou falar na possível candidatura à presidência da República, mas apontou que o trabalho para 2026 "começa agora".