| Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados
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Em entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas, a deputada federal Greyce Elias (Avante-MG), candidata à presidência da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) na Câmara dos Deputados, comentou sobre o papel do grupo, os desafios que a eleição da frente enfrenta e a possível interferência do governo Lula. A deputada afirmou que, embora seja natural que o governo busque diálogo com diferentes grupos no Congresso, ela acredita que a prioridade deve ser “preservar a autonomia da FPE”, ressaltando que o objetivo é representar os valores da comunidade cristã em geral.

Para a deputada, a presença de um líder próximo ao governo facilitaria a comunicação com uma parcela significativa da sociedade representada pelos evangélicos, “desde que respeitadas as diferenças ideológicas e os valores que a FPE representa”. Ela acrescentou que o apoio dos cristãos foi crucial para o governo passado e, por isso, uma liderança que tenha boa relação com o Executivo pode fortalecer o vínculo entre governo e a “parcela significativa da sociedade representada pelos evangélicos”.

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Por outro lado, ela explicou que, se um líder alinhado ao governo for eleito, poderá haver o risco de "flexibilização de princípios e valores em que acreditamos enquanto cristãos". Para a deputada, é fundamental que a FPE continue sendo "um espaço de convergência e não de divisão", colocando os interesses do país acima das disputas políticas, com um foco em fortalecer a proteção da família e a defesa de políticas públicas equilibradas. O concorrente ao pleito, o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), aproximou-se do governo Lula logo após sua expectativa de disputar a prefeitura do Rio de Janeiro com apoio de Jair Bolsonaro ter sido frustrada.

Sobre a possibilidade de um "racha" dentro da FPE, a deputada minimizou as preocupações. “Não vejo divisões, e sim um processo democrático e legítimo para escolha de um representante”, avaliou. Para ela, a pluralidade de opiniões é um fator que fortalece a bancada. Greyce Elias reafirmou que a FPE não é construída por um único grupo ou pessoa, mas por uma “solidariedade de fé” que une milhões de brasileiros, e que esse movimento é mais forte do que qualquer divergência interna. “Trata-se da grande maioria do povo brasileiro”, destacou.

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A eleição para a presidência da FPE estava marcada para a última quarta-feira (11), mas foi adiada para fevereiro por impugnação da deputada Elias e de Gilberto Nascimento (PSD-SP), outro concorrente à liderança da frente. Nos bastidores, a falta de consenso foi evidenciada como o verdadeiro motivo para o adiamento da eleição.