O senador Eduardo Girão (Novo-CE) participou do programa Entrelinhas nesta quarta-feira (23) e teceu críticas à possibilidade de Davi Alcolumbre (União-AP) voltar a presidir o Senado. Girão destacou seu descontentamento com a gestão de Alcolumbre durante o período em que esteve à frente da Casa e revelou que, na época, chegou a fazer campanha por seu nome para afastar Renan Calheiros (MDB-AL) da presidência. "Caímos nesse 'conto do vigário', e o elegemos", afirmou o senador, referindo-se à sua decepção com o ex-presidente do Senado.
Durante a entrevista, Girão defendeu que a oposição apresente um nome de peso para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo ele, a escolha de um candidato comprometido com as pautas mais urgentes, como a análise dos pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal, seria essencial para que o Senado recupere sua independência. "A prioridade número um do momento do Brasil é a ditadura da toga. O Senado precisa cumprir seu papel, analisando um dos 60 pedidos de impeachment que estão lá", comentou.
Entre os nomes citados por Girão como possíveis candidatos, está o do senador Espiridião Amin (PP-SC), a quem ele descreveu como "muito firme" na defesa de pautas importantes. O senador cearense também mencionou Magno Malta (PL-ES) como uma outra opção para liderar a Casa. Girão acredita que ambos teriam a capacidade de restaurar o equilíbrio no Senado e impedir um "retrocesso", caso Alcolumbre assuma novamente a presidência.
Girão ainda comparou o atual presidente do Senado com Alcolumbre, apontando que, apesar das críticas, Pacheco mantém um certo respeito pelo regimento interno da Casa. "O Pacheco, pelo menos, cumpre o regimento do Senado", observou, acrescentando que muitos senadores poderiam vir a sentir "saudade do Pacheco" se Alcolumbre fosse escolhido novamente.
Eduardo Girão também ressaltou a importância de eleger uma liderança equilibrada para os próximos desafios do Senado, principalmente durante o bicentenário da Casa. "Eu acredito numa vitória, numa capacidade de consenso, de uma pessoa equilibrada para estar à frente do Senado", concluiu o senador, apelando para que a população se mobilize de forma pacífica em apoio a um candidato oposicionista.
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