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“O que nos assusta é dizer que o agro é o grande culpado pelas queimadas no Brasil. Isso é uma injustiça muito grande. Os prejuízos para o agro são absurdos”, declara à coluna Entrelinhas o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (Progressistas-PA). O parlamentar se refere aos ataques que a direita recebe de que seria a responsável pelas queimadas que ocorrem no Brasil, principalmente no estado de São Paulo. Só em território paulistano, as perdas da Agropecuária são estimadas em R$ 1 bilhão, segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O governo do estado avalia que quase todas as queimadas do último mês foram resultados de ação humana. Há, no momento, linhas de investigação que apuram se houve uma coordenação criminosa por trás dos episódios. “Nós sabemos que há motivação política nesses crimes”, garante Lupion. “Inclusive, nesta segunda-feira (26), foram protocolados projetos para aumentar as penas para responsáveis por incêndios criminosos”, conta o parlamentar.
A legislação atual estabelece reclusão de dois a quatro anos, além de multa, para quem provocar incêndio em floresta ou em demais formas de vegetação. Um dos projetos apresentados determina que a pena passará para reclusão de seis a dez anos. “Nos governos passados, fomos muito atacados, mas agora precisamos saber quem são os verdadeiros responsáveis pelos incêndios”, pontua.
Nesse cenário, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve enfrentar um aumento das tensões com o setor do Agronegócio, que, como o próprio presidente reconhece, não lhe é favorável. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista coletiva no domingo (25), classificou os incêndios como “crimes orquestrados” e lembrou o “dia do fogo”, numa referência ao 10 de agosto de 2019, quando houve registros de queimadas simultâneas em mais de 470 propriedades rurais. “Há uma forte suspeita de que está ocorrendo de novo”, afirmou. A ministra negou haver falhas do presidente na prevenção das queimadas.
Conteúdo editado por: Mariana Braga