Anteriormente agendada para a quarta-feira (11), a votação para definir o próximo presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso foi adiada, contando com a articulação do pastor Silas Malafaia para dificultar a eleição do candidato do governo Lula. Apoiador do deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) para o posto, Malafaia criticou a candidatura de Otoni de Paula (MDB-RJ), por ser visto como representante governista. "Otoni um dia desses era defensor intransigente de Bolsonaro e metia o cacete no PT e Lula, e agora virou defensor. É uma vergonha o governo interferir nessa eleição", declarou o pastor ao Jornal O Globo.
A nova data da votação ainda não foi definida, mas pode ser realizada até fevereiro de 2025, prazo limite para a troca de liderança. O comunicado de adiamento foi feito pelo atual presidente da frente, Silas Câmara (Republicanos-AM), após acolher pedidos de impugnação apresentados por Nascimento e Greyce Elias (Avante-MG), candidatos ao pleito. Nascimento justificou seu pedido de impugnação por dúvidas logísticas e negou qualquer manobra estratégica. "Achei a decisão acertada, para organizar a votação de forma eletrônica, que é minha sugestão", explicou. Já Greyce Elias apontou problemas estatutários como motivação para sua solicitação. "O prazo entre inscrição e votação deveria ser de sete dias, mas estavam considerando apenas seis. Isso fere o regimento", argumentou. A deputada também destacou sua candidatura como símbolo de representatividade feminina. "Nunca uma mulher concorreu à presidência e acredito estar preparada para o desafio", opinou.
Enquanto a disputa ganha novos contornos, Otoni reforça sua confiança. "Querem me colocar como um novo esquerdista gospel, mas não vai adiantar. A frente não está dividida; esse grupo é minoritário", afirmou. Nas últimas semanas, o presidente Luís Inácio Lula da Silva tem enxergado a necessidade de se aproximar do eleitorado evangélico. Entre as medidas, segundo o Estadão, estaria a possibilidade de entregar um ministério em uma futura reforma ministerial a parlamentares da frente. Entre os nomes cotados, diz o jornal, estariam os da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).
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