O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, cancelou uma entrevista previamente agendada com o jornalista Paulo Figueiredo, marcada para esta quarta-feira (21). Segundo Figueiredo, a desistência ocorreu devido à recusa de Marçal em responder perguntas sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O jornalista revelou, em suas redes sociais, que foi contatado pela assessoria de Marçal, que pediu que não fossem abordados temas relacionados a Moraes durante a entrevista.
“Nas minhas entrevistas, eu sou livre para perguntar o que quiser e o entrevistado também é livre para responder ou não o que quiser”, declarou Paulo Figueiredo. A desistência de Marçal foi vista por ele como uma contradição em relação ao “discurso de coragem” que o candidato costuma promover em suas palestras e aparições públicas. O jornalista declarou que, apesar da insistência de sua equipe, o time de Marçal optou por cancelar a gravação “em cima da hora”.
O episódio chamou a atenção dos eleitores e de observadores políticos, especialmente porque Marçal havia criticado anteriormente seus concorrentes, como Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB), chamando-os de "arregões" por desistirem de debates. Figueiredo apontou a ironia na atitude de Marçal, destacando que essa "covardia travestida de estratégia" vai contra os princípios que o candidato defende em suas “palestras multimilionárias”. O influenciador também mencionou que a decisão de Marçal contraria sua postura de defensor da direita, alimentando especulações sobre a real relação do candidato com o ministro do STF.
Até o momento, a assessoria de Pablo Marçal não respondeu à reportagem sobre o cancelamento da entrevista e as declarações do jornalista. No X, antigo Twitter, Marçal rebateu as acusações. Ele afirmou que é "muito fácil o Paulo Figueiredo falar de coragem, morando nos EUA", enquanto ele, como candidato, está "lutando pelo Brasil real daqui". O candidato ainda desafiou Figueiredo a realizar a entrevista em São Paulo, questionando se Figueiredo estaria "preso nos EUA" e pediu que o jornalista "mostre sua coragem" em solo brasileiro.
Rodrigo Constantino comenta atitude de Marçal
O cancelamento da entrevista também gerou repercussão entre outros influenciadores da direita, como Rodrigo Constantino, que comentou o episódio com a coluna Entrelinhas. “Acho que ficou feio para ele, porque o Paulo acabou expondo qual foi a razão de ele não ter ido”, destacou o colunista da Gazeta do Povo. Para Constantino, a recusa de Marçal em enfrentar perguntas sobre um tema tão relevante como o papel do ministro do STF deixou claro que o candidato não aceita uma “entrevista livre onde ele seja perguntado sobre o Alexandre de Moraes, que é o assunto mais importante do dia”. Constantino concluiu que, diante dessa postura, a imagem de Marçal “ficou ruim perante a turma de direita que valoriza muito essa questão do Supremo”.
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