| Foto: Divulgação/Marco Antônio Costa
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“Se a gente não se mobilizar contra o que já acontece aqui Brasil, em relação à manipulação, ao cerceamento da liberdade de expressão, de censuras vinda de órgãos como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Advocacia Geral da União (AGU), nós vamos começar a ter exatamente o mesmo ‘modus operandi’ aqui no Brasil”, declara à coluna Entrelinhas o advogado e comentarista da Gazeta do Povo Marco Antônio Costa, ao comentar as eleições na Venezuela. Nicolás Maduro foi reeleito presidente do país caribenho em um pleito controverso.

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De acordo com Costa, o sistema eleitoral da Venezuela já sofria uma série de intervenções “tirânicas” por parte do regime de Maduro, desde o início. “Tudo lá é feito sem transparência. Lá tem lideranças da oposição sendo perseguidas constantemente”, pontua Costa. O advogado ainda diz à reportagem que uma das técnicas utilizadas para inviabilizar o pleito foi proibir a entrada de venezuelanos que votariam contra Maduro e até mesmo observadores internacionais que visavam garantir a lisura das eleições. “Há pessoas que foram inviabilizadas do seu direito de entrar no país, inclusive autoridades internacionais sofreram essas restrições”, descreve.

Até o momento, os governos de Argentina, Uruguai, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana expressaram nesta segunda-feira (29) preocupação com o desenvolvimento das eleições presidenciais na Venezuela. Em um comunicado conjunto divulgado neste dia, os nove países exigem uma revisão completa dos resultados eleitorais e pedem uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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Costa ainda recorda que, durante a campanha, e até mesmo no dia das eleições, aconteceram homicídios, invasões de ambientes de votação por milícias que trazem uma conexão direta com o regime do Maduro. “Quer dizer, tudo isso deixa muito claro que é um processo eleitoral que tem o único intuito de tentar de alguma forma dar um ar de legitimidade para o Maduro se perpetuar mais seis anos no poder”, avalia.

Marco Antônio Costa conclui que o pleito na Venezuela serve como uma alerta para que a oposição se organize melhor aqui no Brasil. Pois, segundo ele, a oposição na Venezuela foi “ingênua”, inclusive ao participar de um pleito “que tem todos os instrumentos na mão do ditador, do cara que organiza o regime totalitário”. O advogado também alerta que o presidente Lula (PT) não é só complacente, mas também apoia o regime.