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Após ter sido eleito com mais de 140 mil votos em seu estado, o Rio Grande do Sul (RS), o deputado Maurício Marcon (Podemos) teve o mandato cassado nesta terça-feira (16) por uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS). A justificativa é que o partido supostamente não teria cumprido a cota de candidatas femininas nas eleições de 2022.
O desembargadores alegaram que uma candidata do Podemos obteve uma votação muito baixa, o que seria indicio de uma candidatura “laranja”. De acordo com o partido, a candidata entrou no pleito cerca de dez dias antes da eleição, substituindo outra candidata que havia desistido da campanha. Ainda assim, ela obteve votos em dez cidades diferentes.
Em entrevista à coluna Entrelinhas, Marcon se mostrou surpreso com a decisão. “Candidata que faz votos em 10 cidades diferentes não é laranja. É somente uma candidata fraca, o que é natural em todo pleito existir”, afirmou. “Punir um terceiro por isso não tem nada de democrático e sim ditatorial”, avaliou Marcon.
Em apoio ao mandato de Marcon, políticos de oposição divulgaram uma nota afirmando que “se a Justiça mantiver esse entendimento, abre-se um precedente perigosíssimo. Abrir-se-á a possibilidade de partidos filiarem candidatas mulheres em outros partidos com a intenção de obterem poucos votos e prejudicar a chapa inteira”. A nota ainda conclui que esse cenário só existe em virtude da criação das cotas de gênero nas eleições, considerando a situação “uma verdadeira bizarrice”.
A decisão do TRE-RS cabe recurso e Marcon segue em seu mandato enquanto recorre ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da decisão da corte gaúcha.
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