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O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) confirmou sua presença na posse de Donald Trump, marcada para o próximo dia 20 de janeiro. Marcon viajará acompanhado de sua esposa e custeará a viagem com recursos próprios, sem utilizar verba da Câmara dos Deputados.
Em entrevista à coluna Entrelinhas, Marcon destacou a relevância do evento e do momento para o país. "O Brasil é o maior e mais importante país da América do Sul e Latina. Portanto, é natural que a política externa americana da administração de Trump dê uma atenção especial ao Brasil", afirmou o deputado. Para ele, a administração de Trump buscará uma relação pautada por valores como "liberdade de expressão e autodeterminação dos povos".
O parlamentar também abordou as possíveis tensões entre os governos de Trump e Lula, especialmente no que diz respeito às diferenças nas abordagens sobre Israel, Ucrânia, Rússia e Irã. "A tendência é que a relação entre os governos se dê mais numa linha de cobrança por parte dos americanos, tendo em vista a animosidade do Governo Lula quanto a Israel e à Ucrânia, e sua aproximação com atores não-democráticos como a Rússia e o Irã", disse. Marcon ainda apontou um possível ponto de atrito envolvendo a liberdade de expressão. "Há um claro contraste entre a posição pró-liberdade de expressão de Trump e as investidas, tanto do governo Lula quanto do Poder Judiciário brasileiro, para a regulação das mídias e redes sociais".
O deputado também afirmou que a presença de membros da oposição na posse de Trump tem um peso simbólico importante. "A oposição brasileira tende a ganhar um aliado de peso na balança de poder e influência global", disse. Ele acrescentou que o evento representa uma oportunidade de fortalecer a defesa das democracias liberais e seus valores ao redor do mundo.
Além de Marcon, outros deputados confirmaram presença na cerimônia de posse. Entre eles estão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Gustavo Gayer (PL-GO), Messias Donato (Republicanos-ES), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Mauricio do Vôlei (PL-MG). De acordo com uma fonte próxima à família Bolsonaro, durante o evento haverá outros encontros paralelos, como coquetéis de think tanks e grupos do Partido Republicano, nos quais o deputado Eduardo Bolsonaro tem sido requisitado.