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Ex-ator da Globo, o deputado federal Mário Frias (PL-SP) criticou veementemente tanto o filme Ainda Estou Aqui quanto políticos de direita que celebraram o prêmio conquistado por Fernanda Torres no Globo de Ouro. Em uma postagem no X nesta segunda-feira (6), o ex-secretário de Cultura disparou: “Isso não é uma vitória do Brasil, as pessoas costumam confundir a autopromoção da elite artística global com conquista da nação”.
O parlamentar acusou a produção, dirigida por Walter Salles, de servir a um "propósito ideológico", apontando que a obra busca "distrair o imaginário popular com os perigos de uma ditadura inexistente enquanto essas mesmas pessoas defendem e dão sustentação a ditadura real que está por aí prendendo mãe de família e idosos". Para ele, a premiação foi uma "auto bajulação de militantes radicais da esquerda mundial" e não tem relevância para a população brasileira, que, segundo ele, "clama por liberdade, dignidade e prosperidade" no que chamou de “abjeto e cruel Estado de Exceção que está em vigor no Brasil”. Além disso, Frias defendeu que é "dever moral" de qualquer cidadão criticar quem apoia essas práticas.
O filme, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, conta a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido e assassinado durante a ditadura militar. A produção recebeu elogios por sua qualidade artística e importância histórica, mas Frias não compartilha desse entusiasmo. Para o deputado, o filme é uma "peça de ficção e desinformação da esquerda brasileira", uma narrativa que ele considera manipuladora.
Em suas críticas, Mário Frias também se dirigiu a políticos de direita que parabenizaram a atriz pela conquista, acusando-os de incoerência e chamando-os de hipócritas. Ele alegou que esses líderes estavam apenas "emulando falso virtuosismo" ao celebrarem o prêmio, sugerindo que, ao fazer isso, estavam "fortalecendo uma narrativa distorcida". Frias, que também é ator e trabalhou na Rede Globo durante décadas, afirmou que a “elite esquerdista” zomba dos políticos da direita que “bajulam alguém por ganhar um prêmio da elite artística global”. Para o deputado, essa elite “dá sustentação à barbárie que acontece no Brasil”, fazendo referência aos presos do 8 de janeiro. Em conclusão, o parlamentar dirigiu-se aos colegas: “Servilismo não é moderação, é covardia indigna”.
Embora o parlamentar não tenha citado nominalmente nenhum político, os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Ratinho Jr (PSD-PR) foram os únicos considerados de direita que elogiaram a premiação.