Na edição desta quinta-feira (14) do programa Entrelinhas, o deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS) revelou planos de migração para o Partido Liberal (PL), após o término de seu contrato com o Podemos, em 2026. Em entrevista ao programa, Marcon destacou o crescimento da representatividade da direita no PL. “O presidente Bolsonaro tirou a direita do armário e hoje a direita pode dizer que tem um partido para chamar de seu”, avaliou. Para ele, a consolidação ideológica do PL o diferencia das siglas convencionais e tem atraído uma nova base de apoio no país, como evidenciado pelo aumento de parlamentares eleitos pelo partido nas últimas eleições municipais.
O deputado destacou o impacto da reforma política recente, que vem promovendo uma concentração partidária e reduzindo o número de legendas representadas na Câmara dos Deputados, hoje entre dez e quinze. Marcon mencionou uma conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que projeta que, até 2030, a Câmara seja composta por apenas seis partidos. “Isso vai definir cada vez mais ideologicamente”, analisou. Segundo Marcon, essa redução no número de partidos deve fortalecer a presença de legendas com posições claras, como o PL, e criar um cenário político mais polarizado, semelhante ao das democracias americana e inglesa.
O interesse de Marcon em ingressar no PL também reflete uma tendência crescente entre parlamentares de direita que buscam uma plataforma mais alinhada com seus valores. A coluna Entrelinhas também apurou que, além de Marcon, outros três nomes de parlamentares gaúchos devem seguir o mesmo caminho. Entre eles, especulam-se os deputados federais Daniel Trzeciak (PSDB-RS) e Lucas Redecker (PSDB-RS), além do deputado Osmar Terra (MDB-RS), citado pelo deputado Marcon na entrevista como um provável nome que também irá para o PL.
O parlamentar enfatizou que o partido projeta uma expansão significativa de sua bancada na próxima legislatura, podendo alcançar até 150 parlamentares. Ele exemplificou o sucesso do partido em Caxias do Sul - RS, onde, de nenhuma cadeira em 2020, o PL passou a contar com cinco vereadores, a maior bancada da história da cidade. “Esse crescimento é visto a olhos nus no Brasil”, afirmou.
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