Ex-juiz da Operação Lava Jato, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) criticou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por parte da Polícia Federal (PF). O inquérito apura o esquema de venda de joias sauditas recebidas pelo ex-presidente em viagens internacionais. Moro, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro por pouco mais de um ano, conversou com a coluna Entrelinhas e comparou o caso ao do presidente Lula (PT), que também teve o recebimento de presentes questionado pela operação Lava Jato.
De acordo com Moro, para caracterização de crime são necessários a conduta e a intenção. “No caso dos presentes concedidos a presidentes, há uma razoável controvérsia se deveriam ser incorporados ao acervo público ou ao acervo pessoal”. Ele explica que, por isso, Lula não foi processado por peculato, e “o mesmo entendimento deveria se aplicar para Bolsonaro”.
De acordo com o ex-juiz da Lava Jato, os presentes de elevado valor, como joias, “deveriam ir para o acervo público, mas a controvérsia exclui a intenção criminal”. Aliados de Lula rebatem Moro. Nos bastidores, afirmam que a proibição de ex-presidentes ficarem com itens considerados personalíssimos só passou a valer a partir de 2016, após os primeiros mandatos do petista.
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