O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) conversou com a coluna Entrelinhas sobre um recente embate com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) nas redes sociais, em que Moro defendeu o juiz afastado Marcelo Bretas. “Paes estava na lista da Odebrecht com o apelido 'Nervosinho' e ofendeu injustamente o juiz Bretas”, declarou o senador. O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro explicou que rebateu a uma ofensa e foi alvo do prefeito que, “pelo jeito, faz jus ao seu apelido”. Moro disse ainda que o prefeito “é o tipo de pessoa que abraça gente como [Sergio] Cabral e não suporta quem defende a lei".
O senador apontou que as ofensas foram proferidas pelo prefeito do Rio de Janeiro, na rede social X, nesta sexta-feira (22) em relação à postagem de Bretas, feita na quinta-feira (21), que tratava da suposta tentativa de assassinato contra o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No texto, Bretas afirmou que a legislação "orienta que nenhum pensamento ou desejo humano pode ser considerado criminoso, a não ser que se manifeste e provoque uma conduta injusta que prejudique um bem jurídico".
Paes reagiu à publicação de Bretas com a frase: “Delinquente sendo delinquente". Moro, aliado de Bretas e ex-juiz da Lava Jato, respondeu: “Delinquentes eram os seus amigos que ele prendeu". Paes revidou, acusando Moro e Bretas de prejudicarem a luta contra a corrupção por motivos políticos. "Vocês dois são o exemplo do que não deve ser o Judiciário", opinou o prefeito, destacando que Moro conseguiu um cargo de ministro da Justiça e se aprofundou na política, enquanto Bretas, segundo ele, "nem isso". O prefeito ainda afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro desprezava Bretas.
Moro, por sua vez, retrucou com uma foto de Paes ao lado de Lula e do ex-governador Sérgio Cabral, reforçando sua crítica: "Errado, quem destruiu o combate à corrupção foram os amigos dos delinquentes, ou seja, sua própria turma da impunidade".
A tensão entre os dois remonta ao afastamento de Bretas, que Paes havia acusado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de agir politicamente em processos relacionados à corrupção de agentes públicos durante seus mandatos. Em fevereiro de 2023, Bretas foi temporariamente afastado da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e as investigações do CNJ ainda estão em andamento.
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