O deputado Osmar Terra (MDB-RS) procurou a coluna Entrelinhas para denunciar a existência de um lobby de empresas canadenses que, segundo ele, atuam há anos para legalizar a maconha no Brasil, sob a alegação de benefícios medicinais não comprovados cientificamente. Enquanto a Câmara dos Deputados discute a criminalização da posse e do porte de drogas, sobretudo após a decisão do Supremo Tribunal Federal de descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal, a Comissão de Saúde examina as consequências da proposta para quem utiliza medicamentos à base da erva.
Membro da Comissão de Saúde e da comissão especial para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 45/23), que visa criminalizar a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas, o ex-ministro aponta que a proposta não altera as regras vigentes sobre medicamentos. Ao defender a PEC, ele condena o uso da maconha para tratamento de saúde, ressaltando que ela pode desencadear esquizofrenia.
Terra criticou ainda as reuniões realizadas por empresas canadenses na casa dos deputados. Ele afirmou que esse movimento é "um biombo, um disfarce, tudo para legalizar uma droga ilícita" sob o pretexto de benefícios medicinais. O deputado destacou que esses benefícios não têm evidência científica, embora "a conversa seja muito bonita". Segundo ele, um estudo da empresa Kaya Mind revelou que o mercado de cannabis medicinal no Brasil cresceu exponencialmente nos últimos anos. Em 2018, movimentou R$ 3,7 milhões. Em 2020, o valor chegou a R$ 62,2 milhões e, atualmente, esse mercado responde por mais de R$ 1 bilhão. A Proposta de Emenda à Constituição já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça. Ela ainda precisa ser votada na comissão especial formada no final de junho e, posteriormente, em dois turnos no plenário.
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