PL cresce 290% em prefeituras no RS e fortalece base para governo em 2026

O Partido Liberal (PL) do Rio Grande do Sul registrou crescimento nas eleições municipais de 2024, ampliando seu número de prefeituras de 10 para 39 no estado. Além de Porto Alegre, onde indicou a vice-prefeita Betina Worm ao lado do prefeito reeleito Sebastião Melo (MDB), o PL também elegeu vice-prefeitos em outros 48 municípios. A sigla agora conta com uma bancada de 408 vereadores, comprometidos com a defesa dos valores de “Deus, pátria, família e liberdade” em todo o estado, reforçando a presença conservadora nas bases regionais.

A expansão do PL nas principais cidades gaúchas reforça a estratégia da direita para as próximas eleições. Em Porto Alegre, onde Sebastião Melo derrotou a petista Maria do Rosário com uma expressiva vantagem (61,53% contra 38,47%), o partido garantiu ainda quatro cadeiras na Câmara de Vereadores, aumentando sua representatividade na capital. Segundo o deputado federal Zucco, em conversa com a coluna Entrelinhas, o PL já se considera uma força significativa para disputar o governo do Rio Grande do Sul em 2026.

Outras cidades importantes também registraram avanços para o partido. Em Canoas, Airton Souza (PL-RS) venceu o atual prefeito Jairo Jorge (PDT). Embora o PL não tenha alcançado a vitória em cidades de grande porte como Caxias do Sul e Pelotas, seu desempenho expressivo nas Câmaras desses municípios reforça a consolidação de um “cinturão eleitoral” conservador na região metropolitana e em áreas de destaque no interior.

Zucco atribui esses resultados a uma estratégia bem-sucedida de alianças e articulação política. O parlamentar destacou que a presença de Jair Bolsonaro no estado foi um fator essencial. “O resultado está aí: crescemos 290% em número de prefeitos, 250% em número de vice-prefeitos e 380% na quantidade de vereadores”, comemorou Zucco, presidente do PL de Porto Alegre.

Para o deputado, as eleições deste ano tiveram um tom plebiscitário contra o PT, cujo governo é considerado insatisfatório pela direita gaúcha. Zucco criticou o desempenho do governo federal frente às recentes catástrofes climáticas no estado, afirmando que “muitas promessas foram feitas, mas pouco foi entregue por parte de Lula e [do ministro Paulo] Pimenta”. Essa percepção se refletiu na perda de influência do PT, que viu seu número de prefeituras reduzir de 23 para 20.

O nome do PL para o governo gaúcho

Em relação ao futuro da direita no estado, o nome de Zucco aparece como um dos possíveis candidatos ao governo em 2026, junto ao ex-ministro Onyx Lorenzoni. À coluna Entrelinhas, o deputado ressaltou que sua candidatura ao senado ou ao governo dependerá de uma construção partidária coletiva.

Lorenzoni, que foi um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e concorreu ao governo em 2022, pode retornar do exterior no próximo ano para iniciar sua pré-campanha. Nos bastidores, considera-se que o ex-ministro também é uma alternativa viável para composições como candidato a vice.