O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) abordou em entrevista à coluna Entrelinhas sua insatisfação com a aliança entre o Partido Liberal (PL), do qual faz parte, e o Partido dos Trabalhadores (PT), no apoio à candidatura única de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados. Segundo Nikolas, “não dá para ignorar o eleitorado” que se sente traído por essa união. Para ele, o acordo desvirtua a identidade da direita e ignora os sentimentos dos eleitores que confiaram seu voto em representantes com uma postura mais combativa.
Na tribuna da Câmara, o parlamentar reforçou suas críticas ao pacto político que, segundo ele, “coloca em jogo a vida das pessoas”, referindo-se à anistia dos presos de 8 de janeiro. “É uma imoralidade gigantesca”, apontou, ao mencionar que não concorda com a troca de apoio pela aprovação da anistia. Nikolas argumenta que, ao invés de acordos de coalizão, a direita deveria se concentrar em resgatar os valores e a disposição combativa que mobilizam sua base.
Embora sem atacar pessoalmente os candidatos, Nikolas frisou que os apoiadores de direita têm demandas diferentes daquelas propostas pelo centro político. "O que eu escuto é: ‘Estou orando por você’, ‘Não desista’. Nós estamos perdendo uma essência que vai fazer com que as pessoas também percam a sua essência”, destacou, reiterando que os eleitores esperam coragem e firmeza dos parlamentares de direita.
O parlamentar também lembrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro alcançou a presidência “mesmo que sozinho e truculento”. Para ele, o comprometimento com valores supera os resultados imediatos. “Hoje, nós basicamente estamos vivendo pela caridade dos nossos inimigos”, afirmou o deputado.
Aos colegas de direita, o deputado fez um apelo para que sigam lutando de maneira intransigente, tal como a esquerda é conhecida por fazer. Segundo o deputado, “faça sol ou faça chuva, eles estão aqui defendendo e sendo coerentes com aquilo que eles concordam”. Para Nikolas, a essência combativa deve prevalecer, mesmo que os resultados não sejam imediatos. “A vida nem tudo é sobre resultados; é sobre disposição e essência”, afirmou.
Tanto na Câmara dos Deputados, como no Senado Federal, O PL está unido com o PT em torno de uma candidatura única. No Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) é o candidato de consenso entre os partidos.
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