Ouça este conteúdo
O jornalista Rafael Fontana, autor do livro "Chinobyl - Uma jornada pelas entranhas da ditadura comunista", em entrevista ao programa Entrelinhas nesta segunda-feira (13), analisou o impacto da posse de Donald Trump na política internacional e suas implicações para o Brasil. Segundo Fontana, Trump trará um olhar renovado para o continente americano, com foco em conter a influência chinesa e russa. "Quando Trump fala sobre o canal do Panamá ou a Groenlândia, ele está preocupado com a presença chinesa e russa. Ele quer fortalecer o continente americano", explicou. A posse de Trump, marcada para o próximo dia 20, promete mudanças em temas como redes sociais e liberdade de expressão. Fontana afirmou que essas transformações ocorrerão gradualmente: "Não esperem uma mudança imediata, mas o início de uma transformação global".
O Brasil, no entanto, foi alvo de críticas severas do jornalista. Ele classificou o país como "um protozoário diplomático", apontando o sucateamento das Forças Armadas como entrave para uma presença internacional relevante. Fontana acredita que Trump terá um papel crucial no fim da guerra na Ucrânia, prevendo um cessar-fogo até o meio do ano, seguido por esforços para resolver o conflito em Gaza. "Trump não vem para brincar. Ele vai resolver a situação", afirmou, explicando que a postura do próximo presidente americano trará "paz e segurança" ao mundo.
Posse de Trump pode acelerar queda de ditadura venezuelana
A situação na Venezuela também foi abordada. Fontana destacou o enfraquecimento de Nicolás Maduro e a crise humanitária com mais de 7 milhões de refugiados venezuelanos. Ele criticou o apoio do governo brasileiro ao regime de Maduro, mencionando a contradição entre declarações de Lula e do presidente francês Emmanuel Macron sobre a situação venezuelana. "Esse é o preço que o Brasil está pagando por apoiar um ditador sul-americano", disse. Para Fontana, a posse de Trump pode acelerar a queda de Maduro, enfraquecendo ainda mais o regime.
Sobre a China, Fontana traçou um paralelo entre o modelo de censura chinês e as práticas observadas no Brasil. Ele apontou a desmonetização de críticos ao governo e a influência da China na comunicação como preocupações centrais. "O Brasil adota sistemas piores que os globalistas; são diretamente inspirados pelos comunistas", alertou.
Por fim, o jornalista destacou a importância da presença de parlamentares brasileiros na posse de Trump, como de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo ele, o Congresso americano, agora majoritariamente republicano, possui influência global significativa. Fontana também elogiou o papel dos congressistas brasileiros em proteger cidadãos contra perseguições políticas: "Nos Estados Unidos, crimes de opinião não resultam em extradição. Isso foi garantido graças à atuação parlamentar".