O prefeito reeleito de Maceió, João Henrique Caldas (PL-AL), conhecido como JHC, não quis comentar à coluna Entrelinhas sobre sua possível filiação ao Partido Social Democrático (PSD), embora uma fonte próxima ao prefeito tenha revelado que JHC foi pego de surpresa pela circulação dessa notícia e optou por não se pronunciar "para não alimentar a história".
Após uma foto de JHC ombreado com o prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), e com Eduardo Paes (PSD-RJ), prefeito do Rio de Janeiro, no último fim de semana, o jornal O Globo soltou uma matéria anunciando a mudança de sigla com a justificativa de que o município receberia mais recursos federais se o prefeito estivesse filiado a um partido da base do governo Lula. No entanto, a informação foi prontamente desmentida pelo vereador Leonardo Dias, líder local do Partido Liberal (PL), nas redes sociais.
Segundo Dias, JHC “permanece firme no PL”, partido pelo qual foi reeleito com expressivos 83% dos votos no primeiro turno. Ele destacou que uma desfiliação traria perdas significativas ao prefeito, considerando a vitória esmagadora da sigla na capital alagoana. O partido conquistou mais de 40% dos votos para o Legislativo, garantindo 11 das 27 cadeiras na Câmara de Vereadores, enquanto o PSD elegeu apenas um vereador.
Após sua reeleição, JHC exaltou a "inegável força política" do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que Maceió representaria "a ressonância da direita no Nordeste". O diretório nacional do PL investiu R$ 6,5 milhões na campanha de reeleição dele neste ano.
A matéria do jornal O Globo trouxe um motivo para a possível mudança de partido: JHC estaria interessado em conquistar maior apoio para sua tia, a procuradora Maria Marluce Caldas Bezerra, na disputa por uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Maria Marluce, que foi indicada para a vaga, é considerada uma figura materna para o prefeito, segundo uma fonte que acompanha as articulações nos bastidores.
Na situação atual, o elo de JHC com o PL é visto como um obstáculo à indicação de Maria Marluce pelo presidente Lula. Integrantes do primeiro escalão associam a procuradora ao ex-presidente Bolsonaro devido à filiação partidária do sobrinho. "A Maria Marluce fica muito forte com o acordo que estão tentando fazer em Alagoas", comentou um ministro do STJ com bom trânsito no Planalto ao jornal O Globo.
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