| Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados
Ouça este conteúdo

O deputado federal Rodrigo Valadares (União – SE), relator do Projeto de Lei (PL) que propões anistia aos presos políticos de 8 de janeiro, participou nesta segunda-feira (16) do programa Entrelinhas. Valadares revela que, após as manobras da base governista para obstruir a votação do projeto, tanto a leitura do relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) como a votação em plenário do texto devem ficar para depois das eleições municipais, que serão realizadas em outubro.

CARREGANDO :)

De acordo com o deputado, a oposição tinha uma programação para ler o relatório na sessão da CCJ que foi realizada na última terça-feira (10). Porém, com a obstrução apresentada pelos deputados governistas, a sessão teve que ser encerrada. “O governo não tem votos e quer obstruir”, explica Valadares. “Mas nós sabemos que vamos passar na CCJ e também na votação em plenário”, garante.

O deputado ainda afirma que uma grande parte dos partidos de centro entendem que a anistia deve ser levada adiante. “Nós precisamos do voto desses parlamentares”, destaca. Rodrigo Valadares ainda opina que os deputados de oposição envolvidos nesse debate não têm nenhum interesse em mídia ou propaganda pessoal. “Queremos justiça e que o governo pare de obstruir”, assegura o relator.

Publicidade

Questionado se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também será atingido por uma possível anistia, Rodrigo Valadares detalha que esse texto não atinge os fatos relacionados ao ex-presidente. “Foi um pedido pessoal dele. Ele quis ficar de fora, pois ele sabe das polêmicas relacionados ao fato e pediu para ser retirado do texto do PL”, explica o parlamentar.

Valadares aponta que serão beneficiadas apenas as pessoas que sofrem processos pelo dia 8 e que tiveram condenações “absurdas” com até 16 anos de reclusão. O deputado ainda condena que pessoas comuns, sem foro privilegiado, sejam julgadas pela Corte Suprema e que o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é necessário, pelos abusos que vão desde os julgamentos do 8 de janeiro à suspensão do X no Brasil. “Estamos fazendo parte do mesmo grupo de ditaduras como Coréia do Norte, China, Myanmar e Turcomenistão”, finaliza.