| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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O senador Eduardo Girão (Novo-CE) manifestou insatisfação com a aliança entre o Partido Liberal (PL) e o Partido dos Trabalhadores (PT), em apoio à candidatura do senador Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado. Em entrevista ao programa Entrelinhas, Girão qualificou a união como um "retrocesso" e questionou a coerência da oposição ao endossar Alcolumbre, especialmente após seu desempenho como presidente do Senado em anos anteriores. “Os fins não justificam os meios", declarou Girão, aludindo a um pragmatismo que, para ele, não encontra justificativa no cenário atual.

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Para o congressista, o histórico de Alcolumbre à frente do Senado envolve momentos de "subserviência ao Supremo Tribunal Federal (STF)" e "zero de independência". Girão comentou que, apesar das críticas a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado, este ao menos "respeita o regimento". O parlamentar afirmou que uma atuação de Alcolumbre seria um passo atrás: “Se ele ganhar, vamos sentir falta do Pacheco, com todos os seus defeitos”, declarou.

Além de críticas à postura institucional de Alcolumbre, Girão levantou preocupações sobre a gestão de recursos. Ele mencionou a distribuição desigual de emendas parlamentares, que, segundo ele, foram direcionadas principalmente para redutos eleitorais específicos durante a presidência anterior de Alcolumbre. "Nós precisamos de um Senado transparente, onde as emendas sejam enviadas para todo o Estado e não apenas para redutos eleitorais”, frisou, reforçando que o Senado deveria adotar uma postura de austeridade, alinhada às demandas por cortes de gastos no governo federal.

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Girão também destacou o apoio a possíveis candidaturas alternativas à de Alcolumbre, como a do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que se lançou como uma opção dentro do próprio Partido Liberal. Girão incentivou que outros nomes também surjam na disputa, defendendo a importância de "mais candidaturas a presidente do Senado para que possa diluir e levar para o segundo turno essa eleição, porque é a única chance que nós temos".

Segundo Girão, a união entre os representantes do governo Lula e apoiadores de Bolsonaro para favorecer Alcolumbre não reflete “valores, princípios e coerência” necessários ao Senado. Para ele, a Casa precisa "passar a limpo" e resgatar sua independência e força institucional.