O senador Romário (PL-RJ), membro do Partido Liberal liderado por Jair Bolsonaro, surpreendeu na última sexta-feira (16) ao anunciar seu apoio à reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD). Paes é aliado de Lula (PT) e adversário direto de Alexandre Ramagem (PL), candidato de Bolsonaro à prefeitura do Rio de Janeiro. A escolha de Romário, em detrimento do candidato oficial de seu partido, intensificou as já tensas relações com o “clã Bolsonaro”.
Fontes do PL confirmaram que Romário comunicou à Executiva Nacional que não apoiaria Ramagem, o que levou ao seu afastamento das atividades de campanha do candidato. O deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), presidente do PL no Rio, criticou publicamente a postura de Romário, classificando-a como “infidelidade partidária” e sugerindo que a situação seja “tratada internamente”. “É inaceitável que qualquer filiado do PL apoie outros candidatos que não sejam do PL”, declarou Côrtes.
Nos bastidores, circula a informação de que o apoio de Romário a Eduardo Paes está vinculado a indicações estratégicas e cargos na prefeitura, especialmente na Secretaria da Pessoa com Deficiência, onde o senador teve papel decisivo na nomeação de Helena Werneck como secretária. Romário elogiou publicamente o trabalho de Werneck em suas redes sociais, destacando a importância da pasta na promoção da inclusão social, uma bandeira central em sua carreira política.
O apoio de Romário a Paes não é um movimento isolado. Em 2022, durante a corrida ao Senado, Bolsonaro apoiou Romário durante a eleição, mas depois expôs diretamente a Silveira que teria votado nele. O senador quando eleito passou a manter distância das pautas conservadoras, ampliando o distanciamento entre ele e os aliados de Bolsonaro. Procurado pela coluna Entrelinhas, Romário preferiu não comentar o caso.
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