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Vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, Mauricio Marcon (Podemos – RS) afirma à coluna Entrelinhas que enxerga um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como “algo muito natural”. Marcon lista entre as arbitrariedades do magistrado até mesmo o pedido de cassação do mandato do parlamentar. Em julho, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul decidiu cassar o diploma do deputado federal. A Corte considerou que seu partido usou “laranjas” para fraudar o percentual de cotas femininas durante as eleições de 2022.
“Agora, vem a dúvida. Será que não teve uma influência superior por eu ser vice-líder da oposição e bater constantemente no judiciário?”, questiona. Para o parlamentar, os fatos revelados pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (14) apenas corroboram as dúvidas que envolvem as decisões “obscuras” do ministro. Marcon se refere às condenações que envolvem os atos do 8 de janeiro, a prisão do deputado Daniel Silveira, entre outras decisões que, de acordo com o deputado, configuram abuso de poder do magistrado.
Macron adianta à coluna que as assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) estão sendo coletadas no Congresso Nacional. “Espero que agora o Rodrigo Pacheco, no apagar das luzes do seu mandato à frente do Congresso Nacional, tenha um pingo de dignidade e tente honrar a instituição, pelo menos chamando esse ministro para se explicar”, finaliza.
Outro parlamentar da oposição que acusa o ministro Alexandre de Moraes de arbitrariedades é o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS). “O ministro precisa ser imediatamente afastado de suas funções. Sendo absolvido, ao final, retorna à função”, afirma Sanderson à coluna Entrelinhas. “Sendo condenado, será cassado e terá que pagar criminal e civilmente por todos os abusos e danos praticados”, conclui o parlamentar.
Oposição prepara “super pedido de impeachment” contra Moraes
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse, nesta terça-feira (13), que irá protocolar um "superpedido" de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, no próximo dia 9 de setembro. A medida será feita em conjunto com outros parlamentares de oposição. Girão explicou que o pedido se deve a uma série de “arbitrariedades” atribuídas a Moraes. Dentre elas, o senador citou as prisões de Felipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, e de Silvinei Vasques, que foi diretor da Polícia Rodoviária Federal durante a gestão Bolsonaro, e o 8 de janeiro de 2023.
Segundo ele, o pedido de impeachment será assinado conjuntamente por outros senadores, deputados, juristas e representantes da sociedade civil. À Gazeta do Povo, o senador afirmou que ainda não pode divulgar o nome dos senadores e deputados que já assinaram a proposta, mas que a lista será divulgada na tarde desta quarta-feira (14) durante uma entrevista coletiva sobre o tema que será realizada no Senado Federal.