A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) foi entrevistada pelo programa Entrelinhas nesta quinta-feira (12) e comentou sobre a possibilidade de a anistia aos presos de 8 de janeiro ser usada como moeda de troca para evitar que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) abra o processo de impeachment. Zanatta afirmou que “essa é a maior falácia” que já leu, explicando que os parlamentares “não têm o menor poder sobre a questão do impeachment”. Segundo ela, “quem tem esse poder, única e exclusivamente, sobre a questão do impeachment se chama Rodrigo Pacheco, e claramente ele não é um aliado nosso”.
A deputada catarinense disse que considera uma "balela" a sugestão do acordo, que teria sido levantada pelo jornalista Cláudio Dantas e depois divulgada pelo ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo-PR), acusando-o de promover uma notícia “chata”. Segundo Zanatta, Dallagnol fez “proselitismo político” em cima de uma informação da qual ele não tem certeza para promover o Partido Novo. “Da minha parte, não tem acordo nenhum e em nenhum momento ouvi nos bastidores esse tipo de acordo”, declarou. Ela também destacou que os deputados não têm controle sobre o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, além de exercer pressão popular.
Apesar da negativa de Zanatta, a coluna Entrelinhas apurou nos bastidores do Congresso que a negociação pode ocorrer da seguinte forma: após a aprovação do projeto de lei que concede anistia aos presos de 8 de janeiro, o texto será encaminhado ao Senado. Lá, Rodrigo Pacheco, presidente da Casa, poderia priorizar o Projeto de Lei (PL) da Anistia, favorecendo a liberdade dos presos e arquivando o pedido de impeachment de Moraes, como já ocorreu anteriormente com outros pedidos protocolados na Casa. Ou seja, a articulação de Pacheco pela anistia pode ser a moeda de troca para descartar o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
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