| Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
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“Já são mais de 90 dias de muita promessa e enrolação. Não sobrou alternativa para os produtores gaúchos, senão ir para a rua e protestar”, disse à coluna Entrelinhas o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) sobre o “tratoraço” que acontece nesta quinta-feira (8) no Rio Grande do Sul (RS). O movimento, organizado pelo grupo SOS Agro, tem a presença confirmada de cerca de 320 tratores e mais de 10 mil pessoas. O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), garantiu sua participação nos atos.

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“Reafirmo meu compromisso com a votação do projeto de lei (PL) 1536, de minha autoria, que concede anistia e prorroga as dívidas rurais”, disse o parlamentar.  A proposta já foi aprovada na Câmara e está pronta para ser analisada pelo Senado.

De acordo com o Zucco, o “tratoraço” reflete a indignação de um dos setores mais pujantes da economia nacional, o Agronegócio. Segundo ele, os produtores do estado afetado pelas cheias neste ano cansaram de esperar que o governo federal e o ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta (PT), “tivessem alguma sensibilidade e respeito com os agricultores”.  “O Rio Grande do Sul é responsável por colocar comida na mesa de todos os brasileiros”, destacou o parlamentar.

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Zucco pontuou que os produtores rurais precisam de uma solução estrutural para manter a produção no campo. Afirmou, ainda, que a catástrofe levou embora o solo, destruiu silos, armazéns, matou animais e provocou a quebra na safra de grãos. “Essa mobilização não é só dos produtores rurais, mas de toda a sociedade gaúcha que ficou rouca de tanto gritar por socorro”, finaliza o parlamentar.

Atraso no socorro ao RS

Dentro do pacote de ajuda ao RS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, em maio, a suspensão temporária do pagamento da dívida do estado com a União por um período de três anos. A contrapartida é que o dinheiro que seria pago seja utilizado em ações de recuperação no estado. Em seguida, o governador Eduardo Leite (PSDB), que participou do anúncio via internet, agradeceu, mas insistiu no perdão da dívida, hoje em cerca de R$ 95 bilhões. “Para reconstruir o estado precisamos de recursos do próprio estado.

No mês de junho, o governo declarou que já destinou R$ 91,7 bilhões para apoiar o estado. No entanto, somente R$ 13,5 bilhões desse total já foram realmente pagos ou concedidos, o que corresponde a 14,7% do anunciado.