| Foto:
CARREGANDO :)

Uma menina escravizada por uma mulher canibal que força seu irmão a engordar até ficar no peso ideal para ser assado. A história de João e Maria é bem assustadora. Por isso, acabou virando três distintos filmes de horror este ano, como comentei no último post. O mais famoso deles, João e Maria: Caçadores de Bruxas, aparece no topo das bilheterias nacionais há algumas semanas.

Resolvi dar uma chance para o filme e fui conferir. Achei uma porcaria, como imaginado.

Publicidade

Na trama, os dois irmãos (Jeremy Renner e Gemma Aterton) crescem e se especializam em caçar bruxas com aparatos tecnologicamente avançados – incluindo um desfibrilador portátil. A fama os leva até uma cidade em que um grupo de crianças foi sequestrado por uma feiticeira (Famke Janssen).

Por todo filme soam ecos de outras produções semelhantes. As mais citadas são Van Helsing (2004), pelo uso de tons de horror em uma trama ineficaz de ação, e Irmãos Grimm (2005), pelas semelhanças narrativas. A produção é uma coleção de clichês. Mas a falta de originalidade não é o maior problema do longa-metragem de Tommy Wirkola (Zumbis na Neve).

João e Maria: Caçadores de Bruxa peca muito ao não definir seu público. Começa como uma aventura de horror que não se leva a sério, mas termina como um filme de ação com falsa violência. É fácil prever que a intenção dos produtores era reduzir a classificação indicativa com alguma sanguinolência digital.

O problema é que essa falsa violência – que é parecida com a da série Resident Evil – pode até enganar os censores, mas tem muita mãe reclamando do excesso de sangue nas saídas dos cinemas. Parece que o simpático troll vivido por Derek Mears não compensa a cabeça esmagada de Peter Stormare.

Publicidade

Para os pequenos, a repaginada do conto dos Irmãos Grimm pode até funcionar. Mas não imagino adultos se divertindo com uma produção que é menos assustadora do que várias cenas dos filmes de Harry Potter, um bruxo bem mais honrado.