Stan Winston (1946 – 2008) optou por um filme de horror para marcar sua estreia como diretor de cinema. Pumpkinhead (1988) estreou sem muito alarde e acabou esquecido pelo público geral. Os fãs do gênero, no entanto, geralmente gostam da obra do responsável pelos efeitos visuais de Aliens, o Resgate (1986), Exterminador do Futuro (1984) e O Predador (1987), entre outros.
A trama do filme acompanha Ed Harley (Lance Henriksen), um fazendeiro que perde o filho em um atropelamento, durante um rally de motos de um grupo de jovens. Desacorçoado, ele pede ajuda de uma velha anciã para invocar um demônio, que passa a caçar os responsáveis pela morte do garoto.
Para sua estreia, Winston apostou no seguro. Pumpkinhead dificilmente ganharia as graças do público pela originalidade. O cenário cheio de neblina, a personalidade fútil dos protagonistas e os falsos sustos formam um pacote previsível da obra, que não deixa de ser competente por isso.
A criatura-título é o grande triunfo da obra. Com braços longos e rosto desengonçado, o monstro, que parece uma versão albina do antagonista de Alien, o Oitavo Passageiro (1979), mistura animatrônica com fantasias. Um tipo de recurso praticamente extinto do horror em tempos de computação gráfica.
Por ter feito um pacto com o demônio Pumpkinhead, Harley cria um vínculo corporal com a criatura. Além de dividirem as mesmas sensações, o monstro também começa a ficar com a cara do ator Lance Henriksen nos minutos finais do filme. A briga entre o personagem, que se arrepende de ter invocado o monstro, e sua versão do inferno é uma das coisas mais legais filmadas na década de 1980.
Winston só dirigiria outro filme além desse, a comédia Meu Amigo, o Gnomo (1990). Pumpkinhead, por outro lado, teve três sequências. Nenhuma delas muito digna de ser vista.