Cena do filme "Tentáculos".| Foto:
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Stephen Sommers nunca foi um diretor genial. Acumulou alguns sucessos como a refilmagem de A Múmia (1999), mas sempre foi alvo de duras avaliações por parte da crítica. Um de seus filmes mais massacrados é o praticamente esquecido Tentáculos (1998), lançado como uma aventura de horror bem humorada.

Quinze anos após o lançamento, a obra hoje adquiriu certo status – ainda que não seja exatamente o de cult. Há alguns anos, o título foi parar numa coleção da Fangoria que escolhia grandes filmes obscuros do gênero. Quando vi a primeira vez, ainda criança, lembro-me de ter adorado. Como os gostos mudam com o tempo, decidi revisitar o filme. E não é que gostei?

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A trama acompanha um grupo de criminosos prontos para assaltar um transatlântico. A trupe é levada até lá por um piloto mercenário, interpretado por um Treat Williams (Hair) canastrão. Dentro do navio, eles descobrem uma tripulação devorada por tentáculos de uma estranha criatura.

Com elementos de Alien – A Ressurreição (1986) e O Destino do Poseidon (1972), Tentáculos encadeia cenas de fuga do transatlântico com a morte de personagens. Mas além do que se espera, a narrativa concebida por Sommers diverte muito com o humor. Especialmente na figura de Williams, que repete sem vergonha alguma frases irônicas enquanto é esmagado por um braço da criatura.

Há cenas perturbadoras também, como a que se passa no subsolo do barco, em que esqueletos humanos decoram um corredor vermelho de sangue. A ideia passada ali é de que o monstro não devora as pessoas, mas bebe todos os seus fluídos. Por isso, um personagem cai do tentáculo com metade do corpo derretido (efeito visual que ainda soa legal, embora tenha envelhecido um bocado).

A intenção dos produtores era colocar Harrison Ford como protagonista, mas o Indiana Jones declinou, o que barateou consideravelmente o orçamento. Gosto de pensar que isso permitiu que Sommers criasse uma obra bem B. Uma pena que essa vertente não tenha sida usada em Van Helsing. Um pouco de horror faria bem a péssima desonra que o diretor cometeu com os monstros da Universal em 2004.

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