Entre uma entrevista e outra, visitamos o Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo, na cidade de Fênix, no Centro-Oeste. Lá dentro, há uma preciosidade da história do Paraná: as ruínas de uma redução jesuítica fundada em 1592 e que dá nome ao parque. Para se ter uma ideia, o povoado fundado pelos jesuítas para catequizar os índios guaranis, maior etnia da região na época, é 56 anos mais antiga que a fundação de Paranaguá, considerada a cidade mais antiga do estado.
Essa riqueza cultural, porém, está escondida no meio do mato. Alguns utensílios indígenas e espanhóis foram coletados pelo Museu Paranaense no local da antiga redução, entre os rios Corumbataí e Ivaí. Outros objetos, como uma urna funerária de um índio do sexo masculino, foram encontrados por agricultores da região ao remexer a terra para prepará-la para a agricultura. Esse material está exposto em um museu dentro do parque e no próprio Museu Paranaense, em Curitiba.
Mas, as ruínas do povoado permanecem dominadas pela floresta que a cerca. Há décadas existe a intenção de preparar a área para incentivar o turismo, com uma trilha até o que restou da redução após as investidas das bandeiras paulistas e a criação de uma réplica em tamanho real de casas e da igreja principal. Tudo isso, porém, ainda é só sonho.
O Rio Grande do Sul faz isso há tempo (veja aqui). Argentina e Paraguai também organizaram essa riqueza, exploram o turismo e valorizam a história e a cultura local. E nós, quando faremos isso?
Em tempo, o parque tem ainda um valor ambiental enorme. São 150 alqueires de mata nativa preservada, onde é possível encontrar grandes animais como a anta, onça, puma, jaguatirica, porco do mato, jacaré e macaco prego.
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