
Produtores gaúchos comparecem em peso a feira da Cotrijal mesmo com colheita em andamento

A Expodireto – maior feira agrícola do Rio Grande do Sul, realizada nesta semana em Não-Me-Toque – ocorre em clima de alívio. Na região, um terço da colheita já foi realizado e a rentabilidade alcançada comprova que o fenômeno La Niña trouxe menos seca que o previsto, apurou a Expedição Safra Gazeta do Povo.
A maior parte das plantações recebeu boas chuvas em dezembro e janeiro. Houve perdas em áreas que ficaram até 30 dias sem precipitações significativas logo após o Natal, justamente no período de floração e enchimento dos grãos.
O produtor João Amantino, de Passo Fundo, fez pausa nos trabalhos em sua propriedade para participar do evento. Entre os produtores que mais controlam o manejo, monitorando até a influência dos insetos no solo, ele conseguiu atravessar a ameaça climática sem quebra.
Na região de Não-Me-Toque, segundo os técnicos da cooperativa Cotrijal, os índices acima de 4 mil quilos por hectare são comuns. Como houve lavouras com rendimento abaixo de 2 mil quilos por hectare, a média deve ficar próxima ou até acima da verificada ano passado, relatam.
Num dos municípios mais afetados, Victor Graeff, mais de 30% das áreas assistidas pela Cotrijal tiveram problemas. Propriedades vizinhas que receberam mais umidade e que foram cobertas com sementes de ciclo menos curto, no entanto, registram recordes.
No milho, o quadro é semelhante, com índices entre 6 mil e 11 mil quilos por hectare. O cereal perdeu área para a soja por causa das previsões de seca, mas surpreendeu.
Essas informações confirmam as projeções que vêm sendo feitas pela Emater gaúcha e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de que a safra atual pode ser recorde no Rio Grande do Sul, historicamente um dos estados mais prejudicados pelo clima em anos de La Niña.



