A falta de chuva compromete a implantação das lavouras de soja, que atinge apenas 30% da área, e já compromete a aposta no milho safrinha
É chegada a hora de o campo tomar outra decisão. O atraso na implantação das lavouras de soja, entre 15 e 30 dias, obriga o produtor a rever os planos inicialmente traçados para o ciclo atual. Nesta semana, as plantadeiras cobriram em torno de 30% da área destinada à oleaginosa, conta um histórico de pelo menos 50%. O potencial produtivo começa a ser comprometido, mas a janela para plantar soja ainda segue aberta até a terceira semana de novembro. O estado tem uma capacidade de plantio bastante rápida, por conta da topografia das áreas e do grande e moderno parque de máquinas, mas para usar tudo isso ainda é preciso chover.
De qualquer forma, o atraso em relação à temporada anterior, por exemplo, já compromete o plantio da segunda safra, de milho ou algodão. Tem produtor que vai reduzir a área de soja, em favor do algodão. Outros, já prevêem uma redução em área e tecnologia no milho safrinha, que terá de ser plantado mais tarde e, assim, sem condições de expressar seu potencial produtivo. A partir da próxima semana, o produtor do Centro-Oeste começa, então, a entrar no limite do risco, não tanto para implantar a soja, mas para tentar garantir uma boa safrinha, principalmente de milho, que tem como data limite de plantio a última semana de fevereiro.
Na Cooaleste, que atende produtores de dez municípios da região, o analista Paulo Dalla Corte, explica que o plantio na área de atuação da cooperativa está até 20 dias atrasado, motivo pelo qual eles já estimam uma redução de 20% na extensão destinada ao milho safrinha. Dalla Corte relata, inclusive, casos de replantio de soja em áreas onde as plantadeiras enfrentaram a poeira na expectativa da volta das chuvas, que tardam a chegar.
O atraso no plantio será confirmado hoje, em relatório a ser divulgado pelo IMEA, o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola, conforme anteciparam ontem os técnicos do órgão à equipe da Expedição Safra.