Viagem pela região goiana que é líder estadual na produção de grãos constata problemas graves no escoamento
Os 200 quilômetros que separam Itumbiara e Rio Verde, no Sudoeste de Goiás, se transformaram em um pesadelo para os produtores. Trata-se da principal ligação entre Rio Verde, centro da produção de grãos goiana, e o Sudeste brasileiro, bem como em direção ao Porto de Paranaguá, no Paraná, por onde sai praticamente toda a produção exportada.
Os caminhoneiros são obrigados a transportar os grãos não processados na região por vias que prolongam o caminho em até 100 quilômetros.
A BR-452 tem buracos que expulsam qualquer veículo da pista. O acostamento é melhor que o asfalto. Muitas vezes, os caminhões chegam a transitar no acostamento da contramão.
O transporte caro reduz os preços pagos ao produtor. As cotações ficam até R$ 8 abaixo das praticadas no Paraná por saca de soja. A matéria-prima barata favorece a instalação de grandes indústrias consumidoras de soja e milho, que estão multiplicando aviários e criadouros suínos.
Com menor preço e piores condições de produção, a região que depende do trecho mais esburacado de rodovia de Goiás torce para a conclusão da Ferrovia Norte Sul, cujas obras do Lote 1 estão ainda no começo, em Anápolis, entre Goiânia a Brasília.