Produtores paulistas aproveitam chuvas que chegaram com antecedência para antecipar cultivo
Numa situação pouco comum, os agricultores paulistas iniciaram o plantio de soja e milho antes dos paranaenses nesta safra de verão. Enquanto no Paraná a chuva adiou a tarefa por até três semanas (por enquanto) em boa parte das regiões produtoras, em São Paulo ocorre justamente o inverso.
Acima da região de Ourinhos, a antecipação traz expectativa de produtividade maior que a do ano passado. Em Guaíra (SP), a Expedição Safra RPC visitou uma propriedade às margens do Rio Sapucaí. O produtor Antônio Ortigoro dispensou irrigadores e começou a plantar 20 dias antes do programado. Todo o milho já está semeado. Quando o sol aparece e não há atoleiro, os funcionários percorrem as lavouras com as plantadeiras abastecidas de soja sem parar.
A antecipação do plantio revela também o medo de que falte chuva a partir de janeiro. Os produtores estão recebendo previsões de que o El Niño só deve garantir água para o desenvolvimento das plantas até dezembro. Depois disso, podem ocorrer veranicos.
Os produtores paranaenses conhecem bem essa situação. Eles deixaram de colher cerca de 9 milhões de toneladas de grãos no último ano por causa de problemas climáticos. Nesta safra, o clima deve ser melhor, mas ainda assim divide as atenções com o mercado, pouco animador para o milho e razoável para a soja.
