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No próximo domingo dia 28 de maio, às 10:30 da manhã, no grande auditório do Teatro Guaíra,  acontecerá o concerto que marca os 32 anos de fundação da Orquestra Sinfônica do Paraná. Tonitruantes fanfarras em ré maior marcarão o final da Quinta Sinfonia do compositor russo Dimitri Shostakovich. O público aplaudirá com entusiasmo, talvez sem saber que quase a metade dos músicos se apresentando como sendo da Orquestra Sinfônica do Paraná não são membros da mesma. Quase 30 músicos foram contratados para trabalhar por uma semana para que a orquestra fizesse seu primeiro concerto sinfônico em Curitiba neste ano  (foi feito um concerto para crianças na semana passada com um efetivo pequeno).  A principal razão deste número recorde de extras é a demissão de quase 30 músicos ocorrida em fevereiro. A forma de contratação na qual estes músicos foram admitidos para trabalhar foi considerada ilegal tanto pelo Tribunal de contas do Estado como pelo Tribunal de Justiça, apesar de que estes mesmo músicos atuavam há décadas neste tipo de contratação (cargos comissionados) e há décadas diversas vozes da administração pública do Estado se levantaram para classificar este tipo de contrato como ilegal. Entre os músicos demitidos grandes instrumentistas, que se recusaram a se apresentar como músicos extras. Vale ressaltar um caso: a grande violinista Maria Esther Brandão, que por dezenas de vezes atuou como spalla (chefe dos primeiros violinos) se recusou a fazer este concerto tornando público um problema extremamente sério da chefia dos instrumentos de cordas da orquestra. Uma violinista de Porto Alegre, que não tem histórico nenhum com a orquestra, atuará como spalla, pois um outro spalla da orquestra, o professor Paulo Torres, está nos Estados Unidos em licença prêmio e não voltará a morar no Brasil.  Houve uma resistência de alguns setores para que a orquestra não se apresentasse desfalcada, mas a opinião que teve mais força compeliu a orquestra a se apresentar, mesmo incompleta, na região metropolitana de Curitiba (Quatro Barras, Fazenda Rio Grande, etc). Para se apresentar em Curitiba a ideia foi de preencher os vazios com músicos extras. É assim que a orquestra comemorará seu aniversário.

O melhor ainda está por vir?

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A solução para este problema estrutural da orquestra se dará com um concurso que, ao que parece, acontecerá em julho (a temporada da orquestra deveria ter se iniciado em março). Através de uma OS (ou Serviço Social Anônimo), a “Palco Paraná”, os músicos farão um concurso e serão contratados para preencher em caráter definitivo os vazios da orquestra. Um problema, no entanto, se afigura: o salário que será oferecido aos novos instrumentistas (mesmo quem atua há 20 anos serão considerados como “novos”) equivale à metade daquilo que seus colegas estatutários ganham. Que fique claro:  não serão funcionários do Estado, mas sim de uma SSA. Nem passarão pelo DRH (Departamento de recursos humanos) do teatro e sim atuarão no teatro sendo funcionários de outra empresa. Torço para que tudo dê certo e que “as aparências enganam” seja apenas a frase inicial de um clássico da MPB que Elis Regina cantava e não a situação da Orquestra que, entre altos e baixos, comemora domingo 32 anos de atividade.