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Hoje, dia 21 de outubro de 2012 lembramos o centenário do nascimento de um dos maiores maestros do século XX : Georg Solti. Excepcional regente, que sempre nos impressionou por sua energia , aliada a uma enorme humildade. Basta dizer que nunca em sua vida regeu qualquer obra de cor. Este grande músico húngaro iniciou sua formação musical na Academia Franz Liszt em Budapest onde foi aluno de piano de Bela Bartók. Pelo fato de ser judeu se refugiou na Suíça durante o período do nazismo. Lá se dedicou mais ao piano do que à regência, e foi no final da Segunda Guerra Mundial que Georg Solti iniciou a sua carreira internacional. No início desta carreira dedicou-se mais à regência de óperas e ocupou o primeiro cargo importante: Diretor musical da ópera de Frankfurt. Seu repertório era extremamente vasto nesta época e sempre privilegiou as óperas de Mozart,Verdi, Strauss e Wagner. O auge de sua carreira como maestro lírico deu-se no período em que foi diretor musical do Covent Garden, de Londres, de 1961 até 1971. Nesta época tornou-se cidadão inglês, vindo a ser condecorado como “Sir”. No seu período na capital inglesa transformou o Covent Garden num dos três maiores teatros de ópera do mundo, e além do repertório tradicional regeu muitas novidades como a premiére londrina da ópera Moses und Aron de Schoenberg e a criação de Rei Príamo de Michael Tippet. Em 1969 ocupou o cargo de diretor musical da mais perfeita das orquestras americanas: A Orquestra Sinfônica de Chicago. Maestro de excepcional vitalidade regeu até na semana de sua morte em 5 de setembro de 1997.

Caráter e repertório

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Sir Georg Solti foi um homem de princípios. Refugiou-se da fúria antissemita na Suíça, e posteriormente reagiu abertamente ao domínio soviético de sua pátria, a Hungria. Por isso nunca regeu num país comunista. Seu repertório foi um reflexo de suas convicções, sendo que se desgastou bastante impondo obras que julgava importantes como Moses und Aron e Erwartung de Schoenberg e Lulu de Alban Berg. Sua volta a Budapest em 1990 , regendo um programa apenas com obras de Bartók , é um dos momentos mais emocionantes da queda do comunismo na Europa do Leste (só comparável com a volta de outro maestro exilado, Rafael Kubelik, em Praga no mesmo ano).

Gravações

As gravações que Georg Solti realizou do ciclo de óperas de Wagner “O anel do nibelungo”, entre os anos de 1959 até 1965, é talvez o registro fonográfico mais importante do maestro húngaro. Em mais de uma pesquisa sobre gravações mais importantes de todos os tempos de revistas especializadas como Gramophne e BBC Music, este registro ocupa o topo das listas. Destacaria ainda, no campo operístico, a belíssima gravação de Tannhäuser de Wagner realizada nos anos 70 em Viena e Don Carlo de Verdi, gravação que testemunha o alto nível do Covent Garden nos anos em que era diretor musical lá. Outra gravação operística de primeiro nível é o registro realizado em Chicago da ópera Moses und Aron de Schoenberg, sem dúvida alguma a gravação de referencia da complexa obra do autor austríaco . A excelência de suas gravações operísticas não é uma constante em suas gravações sinfônicas, no entanto destacaria as belíssimas gravações que fez de obras de Bela Bartók. Raras são as gravações de Solti como pianista, mas sem dúvida seu registro da Sonata para dois pianos e percussão de Bartók , junto ao pianista americano Muray Perahia, é um excelente testemunho de sua arte pianística.

Dois registros impressionantes de Sir Georg Solti. Inicialmente seu retorno a Budapest em 1990, regendo a Orquestra Sinfônica de Chicago, numa das principais obras sinfônicas de Bela Bartók : Concerto para Orquestra

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Outro testemunho interessante.Parte de um documentário que mostra Solti gravando “O anel do Nibelungo” de Wagner. Vale a pena ver sua energia ensaiando e gravando esta obra prima. Sua defesa de Wagner em relação ao nazismo é algo marcante.