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Oficina de Música: Altos e baixos


Ao assistir o concerto de ontem, dia 16 de janeiro, na Capela Santa Maria, ficou claro o que tenho insistido e o que diversos leitores do meu blog evidenciaram no meu post anterior. Do ponto de vista didático a Oficina de Música de Curitiba fica muito a desejar. Primeiro por seu tempo curto de duração e também por um número reduzido de aulas. O Concerto em questão foi mais uma apresentação do setor de música antiga, coordenado pelo grande músico Rodolfo Richter. O programa era todo composto de obras de Bach. Inicialmente a Cantata 131, foi cantada por um coro que deveria ser de estudantes, mas que foi enxertado por profissionais competentes. Um absurdo que o programa não especificava uma boa parte dos participantes e nem o nome dos solistas. Registro aqui o excelente solo do Barítono Cláudio de Biaggi. A orquestra também estava cheia de enxertos de profissionais (todos extremamente competentes). Aqueles que eram estudantes muitas vezes estavam só fazendo figura e dublavam seus mestres. Exceção foi o jovem violoncelista Anderson Fiorelli (aluno da excelente professora Phoebe Carrai ) cujo nome também não constava no programa. Uma pena que os estudantes ficavam à sombra dos excelentes professores. Lógico, assistir a flautista Rachel Brow tocar o Bradenburguês 5 é uma festa para os ouvidos. O mesmo podemos dizer do excepcional cravista Nicholas Parle, que executou magnificamente a parte solista da mesma obra. Os violinistas Rodolfo Richter e Andrew Fouts são maravilhosos, e o Concerto para oboé e violino foi muito bem tocado pelo oboísta Diego Nadra(uma “figura” em cena). A participação dos solistas, mais uma vez, não deixa dúvida. São todos excelentes (incluo aqui Willian Carter, o excelente alaudista) Mas me senti enganado vendo, aquela que deveria ser uma atividade didática ser feita “para inglês ver”. A pronúncia de alemão do coro estava bem aquém do que se esperaria, e ficou clara a intenção de deixar a cantata para o início do programa, pois sem dúvida o brilho da noite ficaria na mão dos experts. Bons concertos, maus resultados didáticos.
É de estranhar também que, neste segundo concerto que fui assistir, estava ausente a direção da Oficina. Exceção, que devo marcar, da infatigável Janete Andrade. No entanto ela sozinha não faz milagres. O programa impresso estava cheio de incorreções, e, para os estudantes, constar seus nomes num programa impresso é um documento indispensável para seus currículos. A Oficina de Música não deve ser apenas belos concertos. As audições de alunos são indispensáveis,e podem ser tão boas e emocionantes como os concertos de músicos consagrados. Um curso de férias deve ser intensivo a ponto de marcar definitivamente a vida de um jovem músico. Dublar os mestres não marca a vida de ninguém.

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