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Na página do Facebook do MBL (Movimento Brasil Livre) de Curitiba foi divulgada a imagem reproduzida acima que reputo pelo menos como equivocada. Lembro ao pessoal do MBL que a Oficina de Música de Curitiba não é um simples evento, ou, como muitos pensam, uma festa, e lembro também que seria tosco pensar que uma rubrica de Cultura poderia ser usada em Saúde. O equívoco é portanto duplo.

Quanto á palavra “evento” lembro pela enésima vez que a Oficina de Música de Curitiba é principalmente um curso de três semanas que atende centenas de alunos vindos de todo o continente. Um curso no qual alunos têm contato com professores de alto nível, e com muito dos quais não poderiam ter contato pelo fato de que estes professores moram na Europa, na Ásia ou nos Estados Unidos. Outro fato que muitos parecem desprezar é o enorme trabalho social que a Oficina de Música faz em hospitais, asilos e orfanatos. Mas pior do que a opinião equivocada do MBL são os comentários colocados abaixo da foto na mesma página do MBL. Escolhi quatro. Vou omitir os nomes de quem escreveu para evitar qualquer tipo de incômodo. Os erros de português, no entanto, estão mantidos…

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Comentário Nº 1 : “Orgulho em dizer que votei nele , a cidade está dizandada , sem saúde, as ruas viradas em buracos e querem porra de música ?”. Este cidadão (ou cidadã) se refere a música como “porra”. Muito “elegante” eu diria. Não sei o que quer dizer “dizandada”, mas esclareço que no orçamento da prefeitura existem verbas especificadas e que não é tirando verba da cultura que se tapam buracos

Comentário Nº 2 : “Isso é governar para os mais pobres”. Discordo totalmente: a Oficina de Música atende muitas pessoas que não possuem meios para terem aulas com grandes mestres. O cancelamento da Oficina penaliza também muita gente menos favorecida

Comentário Nº 3 : “Super certo…..Arte que não se sustenta tem de sumir, parasitas….” Educação, segundo nossa constituição, é obrigação do Estado. Centenas de alunos recebem orientação de grandes mestres durante um curso como a Oficina de Música de Curitiba. Arte é educação, e o Estado deve promove-la sim. É lei.

Comentário Nº 4 : “Parabéns, foi muito feliz tomando esta atitude, só está infeliz quem sempre mamou nas tetas estatais através destas coisas do povo, das quais o povo nunca participou”. Que bom que este cidadão (ou cidadã) ficou feliz, mas lembro a ele (ou ela) que o povo participa sim. Só na oficina passada o público das apresentações superou o expressivo número de 15.000 pessoas. Aliás a redação do comentário é sofrível: diz que é do povo, mas que o povo não participa. Creio que tiraram verba da educação, na época dele (ou dela) para tapar buracos.