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Rejeição no Datafolha mostra quem mais pode crescer na corrida presidencial

Alvaro Dias e Manuela d'Ávila: ambos têm rejeição de apenas 13%. Fotos: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo e reprodução do Facebook (Foto: )

Os candidatos à Presidência que estão à frente na disputa eleitoral – o ex-presidente Lula (PT) e o deputado Jair Bolsonaro (PSC) – também fazem parte do grupo dos que têm maior rejeição dos eleitores. Não votariam de jeito nenhum em Lula 40%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (31) pelo jornal Folha de S.Paulo. Bolsonaro é rejeitado por 29%. Já alguns candidatos que tiveram porcentuais de intenção de voto mais baixa apresentam rejeição bem menor.

Teoricamente, quanto mais elevada é a rejeição, mais difícil fica para um candidato ampliar o seu eleitorado. E os menos rejeitados apresentam maior potencial de crescimento.

Os candidatos a presidente com menor rejeição, segundo o Datafolha, são o senador Alvaro Dias (Podemos), a deputada Manoela D´Ávila (PCdoB), o líder sem-teto Guilherme Boulos (sem partido) e o empresário João Amoêdo (Novo). Apenas 13% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que não votariam neles de jeito nenhum.

Parte da pequena rejeição pode ser explicada pelo desconhecimento. Boulos e Amoêdo, por exemplo, só recentemente têm aparecido nos meios de comunicação com mais frequência. Já Alvaro tem uma carreira política bem mais antiga. E Manoela, quando esteve no Congresso, foi uma deputada que se destacou.

“Plano B” do PT também tem baixa rejeição

No grupo de candidatos com baixa rejeição também estão o presidente do BNDES, Paulo Rabelo de Castro (PSC, com 14% de eleitores que dizem que nunca votariam nele); e ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (sem partido, 14%); e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT, 15%).

A baixa rejeição e o consequente potencial de crescimento de Wagner colocam o ex-governador como uma alternativa para o PT substituir o ex-presidente Lula caso ele não possa efetivamente concorrer à Presidência devido à condenação dele pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). O baiano, contudo, teve apenas 2% das intenções de voto.

O que mais diz a rejeição: quem é carta fora do baralho e quem está no jogo

O Datafolha mostra que os possíveis candidatos à Presidência podem ser enquadrados em patamares bem distintos de rejeição: a que impossibilita qualquer pretensão eleitoral; a rejeição altamente crítica; a rejeição alta; e a média – além do grupo da baixa rejeição.

Apenas o presidente Michel Temer (PMDB) está no patamar que inviabiliza uma candidatura: 60% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Uma rejeição acima de 50% é sinônimo de derrota certa, pois para um candidato ser eleito ele precisa ter metade mais um dos votos.

No segundo nível, de rejeição altamente crítica (próxima dos 50%), está o senador Fernando Collor (PTC), com 44%. Lula (40%) fica no limite de um patamar crítico e de uma rejeição apenas elevada. O petista ainda tem 10% de gordura para queimar antes de ver sua candidatura inviabilizada do ponto de vista eleitoral.

Na lista dos candidatos com rejeição alta, mas longe de ser crítica, podem ser incluídos Bolsonaro (29%), o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB, 26%) e o apresentador de televisão Luciano Huck (sem partido, 25%).

Abaixo dos 25%, há um grupo de rejeição mediana: a ex-senadora Marina Silva (Rede, 23%); o ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT, 21%); o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM, 21%); o prefeito paulistano João Doria (PSDB, 19%); e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD, 19%).

Metodologia da pesquisa

A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 29 e 30 de janeiro, após, portanto, o julgamento no TRF-4, que ocorreu no dia 24. O Datafolha ouviu 2.826 eleitores em 174 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. E tem um nível de confiança de 95%, o que significa que, se for repetida 100 vezes, em 95 os resultados vão estar dentro da margem e erro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR 05351/2018. O levantamento foi encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo.

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